Zumbis de todas as idades invadiram mais uma vez a região central de Curitiba com a Zombie Walk, a tradicional caminhada de terror do carnaval curitibano. A marcha dos “mortos-vivos” que é realizada na cidade desde 2008, aconteceu na tarde de domingo (23) e reuniu cerca de 30 mil pessoas, entre elas, muitas famílias, turmas de amigos e até mesmo animais de estimação.

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A concentração dos zumbis começou no fim da manhã, por volta das 11h, na Boca Maldita. De lá, os participantes saíram às 13h pela Rua XV de Novembro, rumo à Praça Santos Andrade. E evento horripilante juntou gente apaixonada pelo tema, que não economizou na fantasia, na maquiagem e na criatividade, como o folião Jair Ojaca, 48 anos, que há oito anos participa da Zombie Walk trajado como Conde Drácula.

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“São oito anos de Zombie. E a preparação é sempre a mesma, sempre [como] Drácula, já é tradicional”, diz Jair, que elogia a festa alternativa. “O evento é muito bacana pra quem não curte o carnaval tradicional, igual temos em outros estados. O carnaval de Curitiba, como dizem, é ’um horror’. É muito bem programado, sem brigas e vêm muitas famílias, que também trazem as crianças para curtir. É bacana”.


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Quem também aproveitou a Zombie Walk foram comerciantes do Centro que resolveram abrir as portas neste domingo e os ambulantes, entre eles, o vendedor Otair Tadeu, 43, que aproveitou o carnaval para fazer uma grana extra vendendo tiaras de cabelo decoradas, cada uma ao valor de R$15.

“Foi uma ideia que a gente teve! A gente costumava ver facas em outros carnavais e bolamos esta seringa com sangue. É um arquinho [de cabelo], [para fazer] pega a seringa, fura, cola, pinta com a cor do sangue e está valendo, faz a alegria da galera”, conta Otair, animado.

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O evento que costuma atrair zumbis de Curitiba, de outros estados brasileiros e até do exterior terminou por volta das 18h, na Praça Santos Andrade, com shows de cinco bandas de rock. Em 2019, a Zombie Walk também agitou, de maneira inusitada, o centro da cidade com a presença de cerca de 10 mil zumbis.

DNA curitibano

Para o prefeito de Curitiba Rafael Greca (DEM), a Zombie Walk – evento que já integra a programação oficial do carnaval da capital – é uma “expressão da alma curitibana para a fantasia, o sonho, o conto, para as memórias culturais da vida”.

“Está no DNA desta cidade o espírito teatral, há mais de 200 anos temos teatro. Essas pessoas saíram dos teatros, das noites do tempo, dos gabinetes de maquiagem para a luz do dia para reviver a loira fantasma, o vampiro de Curitiba e todas as memórias dos filmes de horror que provocam medo, pressão, ansiedade. Foi um suspense ver tantos mortos-vivos à luz do dia”, aponta Greca.

Folia para todos

Além da Zombie Walk, Curitiba também teve na noite de sábado (22) desfiles das cinco escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval, na Rua Marechal Deodoro. Desfiles que levaram um público de 30 mil pessoas para passarela do samba da cidade.

No roteiro estavam sambas-enredo que trataram da loucura, intolerância religiosa, gastronomia, lua e também uma homenagem à atriz Lala Schneider. Entre os homenageados também estavam os carnavalescos mestre Rodrigues e Marlene Carmelo.

Neste domingo, depois da marcha dos zumbis quem ganhou as ruas do Centro foram os blocos carnavalescos. Pra fechar a noite com chave de ouro, a festa ficou a cargo do Desfile das Escolas do Grupo de Acesso: Unidos de Pinhais, Internautas e Leões da Mocidade.