Blue Monday

Terceira segunda-feira de janeiro é o dia mais triste do ano; saiba como lidar com a data

Foto: Pixabay.

Segunda-feira nunca é um dia tão feliz ou animado, mas a terceira segunda-feira de janeiro (dia 20, em 2020) carrega um estigma ainda pior. Chamado por “Blue Monday”, ou segunda-feira triste, esse dia é considerado o mais triste de todo o ano, e alguns fatores podem, sim, colaborar para isso.

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Embora a origem da data seja confusa – alguns alegam ser uma ação de marketing, outros remetem a um estudo de uma universidade do País de Gales – os motivos que levam ao cálculo do dia mais triste de todo um ano são compreensíveis.

As contas do fim (e do começo) do ano se acumulando, não há mais o clima das festas de Natal, Ano Novo e da família reunida, o retorno ao trabalho (e vendo alguns colegas curtindo as férias pelas redes sociais), as metas que foram postas no papel em dezembro, mas não saíram do mesmo em janeiro são alguns deles.

Há ainda a questão da estação do ano. Entre os habitantes do hemisfério Norte, o frio congelante dos dias nublados é uma variável importante para o descontentamento. Para os moradores do Sul do mundo, sol e calor podem ser um tanto excessivos nessa época e também gerar desconforto.

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Esses são motivos que podem, conforme explica Nicole Cristino, psicóloga Clínica e Perinatal, especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar, favorecer as angústias e tornar o dia, de fato, mais triste que os demais.

“A angústia pode se acentuar quando as demandas sociais como essas são impostas. Estar, por exemplo, aquém das expectativas e da realidade fantasiosa das celebridades nas redes sociais funciona frequentemente como gatilho para crises de angústia e de ansiedade em períodos como esses”, explica a especialista em Psicologia da Saúde e Hospitalar, e membro da Wave Medicina Fetal.

Ainda segundo Nicole, essa melancolia é comum e percebida nos consultórios dos especialistas. “Conflitos familiares surgem com mais frequência, e a insatisfação com a vida pessoal, profissional, com o corpo e com os bens de consumo vem à tona com mais força tanto no fim de ano quanto no início”, afirma.

Proteja-se

Justamente por essa tendência, o primeiro mês do ano foi o escolhido para o projeto de atenção e cuidado à saúde mental Janeiro Branco. Dentre os objetivos da campanha, desenvolvida por profissionais de saúde mental no Brasil, está:

“Aproveitar a simbologia do início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito das suas vidas, dos seus relacionamentos e do que andam fazendo para investirem e garantirem Saúde Mental e Saúde Emocional em suas vidas e nas vidas de todos ao seu redor.”

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De acordo com Nicole, a conscientização é um dos fatores de proteção mais importantes e deve ser o primeiro passo a ser dado. “Pensar nos fatores sociais que nos levam à angústia e ao sofrimento diante de demandas irreais é fundamental para compreendermos que entre um ano e outro há apenas um segundo de diferença”, completa a psicóloga.

O que fazer?

Se estiver se sentindo melancólico nessa época, lembre-se que é comum e ninguém está sozinho. Para manter uma saúde mental em dia, confira abaixo algumas sugestões do Ministério da Saúde:

  • Não se isole. Procure família e amigos e compartilhe suas angústias.
  • Vá ao médico. Mantenha suas consultas médicas regulares e compartilhe com os profissionais caso sinta melancolia ou sintomas depressivos.
  • Mantenha o tratamento. Caso o profissional da saúde tenha prescrito uma medicação e um tratamento, faça o acompanhamento adequado.
  • Faça exercícios físicos. Os benefícios da prática de esportes e outros exercícios estão comprovados na saúde mental.
  • Alimente-se. Tenha uma dieta regrada, e reduza o consumo de alimentos industrializados ou ultraprocessados. Prefira sempre os mais naturais.
  • Durma bem. Favoreça, sempre que possível, as oito horas de sono. Ter boas noites de sono colaboram com a saúde mental.
  • Mantenha o intelecto ativo. Leia livros, aprenda um novo idioma, pratique um hobby novo.
  • Sempre converse. Caso precise, entre em contato com os voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV). Os atendimentos são gratuitos, sob total sigilo, e podem ser feitos via telefone, e-mail, chat e voip 24 horas, todos os dias. Em parceria com o SUS, a ligação pode ser feita por meio do número 188, em todo o Brasil, seja por linha fixa ou celular. Acesse www.cvv.org.br para o chat.
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