Tá passada?!

Sucesso de bilheteria em Curitiba, Esse Menino conversa com a Tribuna

Foto: Celina Barbi / divulgação.

Com primeiro show esgotado neste próximo domingo (24) e apresentação extra em Curitiba, o humorista Rafael Chalub, Esse Menino que ficou conhecido após o vídeo viral sobre a “vacina da Pifaizer“, traz para a capital paranaense seu humor debochado e cheio de estilo.

O mineirinho de 27 anos segurou o sucesso nas redes sociais e atualmente coleciona seguidores e muitos fãs, que curtem e compartilham piadas leves, debochadas e inteligentes de Chalub. Situações cotidianas são transformadas em humor, encontrar um vídeo de Esse Menino nas redes é risada certa.

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A Tribuna aproveitou o embalo dos shows e do sucesso de bilheteria para falar com o humorista. Confira a entrevista exclusiva a seguir:

Tribuna – Seu vídeo sobre a Pfizer explodiu, fez sucesso e divertiu num momento tão pesado durante a pandemia. Depois da repercussão toda, rolou algum tipo de retorno negativo? Como as pessoas reagiram?

Rafael Chalub – Então, rolou bastante. Mas era só, sei lá, a galera latindo na internet mesmo. Aquele momento muito inflamado. Rolou uma vez ou outra, principalmente durante a campanha, Eleição, rolou muito, mas eu acho que faz meio que parte de se posicionar. Acaba que você não tá agradando todo o público naturalmente. Teve alguma coisa ou outra mas nada sério.

Você chegou a fazer quatro semestres do curso de Cinema. Então a proposta de ser humorista veio ao acaso, como foi isso?

Rafael Chalub – Já era uma coisa assim que eu pensava, trabalhava, tentava trabalhar há muito tempo. Era meio que meu sonho de infância fazer isso. Quando eu tava no meio da faculdade eu tinha muito roteiro, muito material. Eu falei, cara, ninguém vai fazer isso aqui tão cedo. Eu precisava começar de algum lugar, então eu comecei a criar pela internet, com a intenção de fazer um portfólio.

E assim, as pessoas queriam ver mais de mim, queriam ver mais do que eu tinha para oferecer. E aí nesse período começou muito dessa profissão de influencer, as pessoas aparecendo mais na internet – apesar de eu me considerar mais um humorista mesmo. Foi meio que isso assim. Eu tava já tentando há um tempo. E aí quando acontece eu já estava muito preparado, cheio de planos e cheio de ideias do que eu queria.

A gente percebe que você tem bastante referência do Paulo Gustavo. Quem são as pessoas que você se inspira?

Rafael Chalub – Eu acho que o Paulo Gustavo, ele é uma inspiração para mim num lugar de aonde ele chegou, de carreira, de conseguir falar as coisas que ele queria. Ele conseguiu trazer uma importância para assuntos que as vezes não estavam na grande mídia. Como várias questões de casamento gay, que agora voltou essa questão e tudo. Então eu me inspiro muito nisso, porque foi muito importante.

Eu acho que comicamente, as principais referências são as pessoas que eu conheci e que eu cresci na vida inteira. São mulheres da minha família que sempre foram muito caricatas, as amigas que sempre foram muito malucas. Sempre foram essas pessoas em volta ali, que me faziam rir de verdade e não pareciam ser tão distantes. Elas sempre foram minha principal inspiração.

Mas obviamente que Paulo Gustavo é muito importante, tatá Werneck foi muito importante também. Eu sempre gostei de muita coisa de fora, consumi muita coisa de fora, então Saturday Night Live, Amy Poehler, sempre foram pessoas que eu curti muito e sonhava em um dia poder fazer algo remotamente parecido. Hoje graças a Deus eu tô conseguindo.  

Sua maneira de fazer humor parece tão natural, esse deboche todo. E é muito legal também porque traz uma proposta super bacana. Mas assim, eu mesmo lembro dos anos 90, como a comédia tinha uma proposta bem diferente de hoje, quando a gente fala mais especificamente do público LGBTQIA+. Antes o público gay era alvo de piadas e hoje existe outra perspectiva. Como você faz essa leitura?

Rafael Chalub – Eu acho que a arte é uma reflexão do tempo que a gente tá vivendo. Eu acho que a gente naturalmente foi evoluindo essas pautas em outros lugares, questões de direitos, na sociedade mesmo, do peso que alguns termos tinham. A gente foi criando uma consciência com o tempo e acho que isso reflete muito na arte. Consequentemente, quando a gente tenta fazer algo de uma forma que não afeta o outro, a gente passa a procurar pessoas que fazem parte dessas minorias. E é a arte, a gente passa a dar voz a todas as pessoas. A gente começou a pavimentar um novo caminho, que a gente não conhecia antes, que usava a gente de alvo, e aí a gente convida as pessoas a rir com a gente e não da gente.

Também acho que muito desse lugar de como essas pessoas começaram a estar mais presentes no dia a dia de todo mundo. As pessoas começaram a pensar ‘se eu não sou gay, talvez eu tenha alguma pessoa que eu goste que seja gay, talvez tenha alguém na minha família, alguém no meu trabalho’. Vai criando uma empatia, uma humanização nessas pessoas, e naturalmente isso reflete naquilo que a gente acha graça ou não. Você não consegue desvincular uma coisa da outra.

Acho que tudo isso vem do lugar que a gente vem ocupando politicamente. Um espaço que a gente vem ocupando e que reflete na arte, principalmente. É um filtro mesmo, até na criação. Eu vou criar e esse tipo de piada não passa pela minha cabeça porque eu não acho mais engraçado e não bate com os meus valores, também.

O que a gente pode esperar do show aqui em Curitiba, neste próximo domingo (24)?

Rafael Chalub – Eu estou sempre descrevendo esse show como show mais bicha de todos, da face da Terra. Porque é muito sobre a nossa vivência. É muito sobre o que a gente passou. Então quando eu fui pegar todo meu material que eu tinha, segui até uma ordem cronológica, de se descobrir gay, de assumir para os pais, de sair da cidade e ir para uma cidade maior. Eu fui entendendo que tinham várias experiências ali semelhantes com outras pessoas gays que eu achei que poderiam ser ressignificadas com a comédia.

Eu fui pegando várias dessas histórias e histórias de sexo mesmo, que acabam que todos os humoristas que bombam nesse país são héteros, homens, então a gente acaba sempre ouvindo a mesma perspectiva sempre, o mesmo assunto sempre. O show é meio sobre isso, para quem se identifica, se vê ali no palco, vê as suas histórias sendo contadas através da comédia. E para quem não é, é uma chance de ter empatia sobre uma vida que não é sua. É a chance de ter um olhar mais profundo e mais íntimo e cômico de uma situação que já aconteceu com alguém que você gosta. E é hilário, independentemente de qualquer coisa, eu acho muito engraçado.

Serviço

Esse Menino – show em Curitiba

24 de setembro (domingo)

Onde: Teatro Fernanda Montenegro – Shopping Novo Batel

Endereço: Rua Cel. Dulcídio, 517 – Batel

Horários: 18h (sessão esgotada) e 20h30 (ingressos à venda)

Ingressos: a partir de R$ 50

Vendas: Disk Ingressos – pela internet

Ventura Shopping: de segunda a sexta, das 11h às 22h, aos sábados, das 10h às 22h, e aos domingos, das 14h às 20h

Call-center Disk Ingressos (41) 33150808 (de segunda a sexta, das 9h às 22h, e aos domingos, das 9 às 18h)

Bilheteria do Teatro Positivo

Classificação: 18 anos

Realização: Esse Menino e Brasilidades

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