O grande temor de quem resolve empreender é saber se o novo negócio é viável ou não, se vai ter consumo ou se será apenas mais um no meio de tantos outros. Para ajudar a descobrir o quanto aquela boa ideia pode prosperar, o Sebrae criou uma ferramenta que faz uma simulação real do plano de negócios para testar a viabilidade e a aderência no consumo.
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Com base em uma série de dados como ramo da atividade, tamanho, capital investido, número de funcionários e tipo de produto, entre outros, a ferramenta mostra se o investimento vai valer a pena ou se precisará mudar de rumo. É uma simulação fiel ao que o mercado demanda, que leva tempo e precisa ser feita com muita atenção.
Desde que a ferramenta entrou no ar no início de 2019, já foram feitas mais de 24 mil simulações, sendo 10 mil delas apenas no ano passado. A necessidade de empreender pela perda de emprego durante a pandemia foi um dos principais motivos para este aumento nas consultas.
Segundo Acea Evgueni Ratcheva, consultora do Sebrae Paraná, a simulação ajuda a dar os primeiros passos para a abertura do novo negócio. Ao final, a plataforma apresenta um diagnóstico e o que precisa ser alterado no plano de negócios para ser viável.
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“Essa é uma ferramenta muito simples, rápida e certeira de saber se o plano de negócios está sendo montado como deve ser. Ela é um apoio importante tanto para quem está começando como para quem já tem um negócio próprio mas abriu sem o devido planejamento”, explica.
A ferramenta de viabilidade testa os novos negócios nos setores de indústria, serviços, comércio e comércio e serviços juntos. Apesar de ser uma simulação real, a plataforma não dispensa outros tipos de análises, como o local onde o negócio será instalado, o produto a ser vendido, etc.
Regime de tributação
Além de mostrar a viabilidade do negócio, o sistema também indica qual o melhor regime de tributação para a atividade, como Microempreendedor Individual (MEI), Simples Nacional, lucro presumido, entre outros. Por isso, é necessário que o futuro empreendedor reserve um tempo na sua rotina para fazer a simulação – quanto mais dados, mais certeira será a simulação.
“Para quem está começando, não são perguntas fáceis de responder, mas ele em que ter uma noção do que pretende com o negócio próprio. O sistema vai indicar até mesmo se o futuro empreendimento não tem nenhuma viabilidade”, diz.
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Um levantamento recente do Sebrae identificou os 26 negócios mais pesquisados no sistema, como distribuidora de bebidas, hamburgueria, produção de alimentos congelados, padaria e refeições em marmita entre os voltados à alimentação. Só no segundo quadrimestre de 2020, último dado disponibilizado pelo Ministério da Economia, foram mais de 21 mil novos negócios deste segmento.
Luciana Macedo, consultora do Sebrae, conta que a procura por orientações vem crescendo desde o início do segundo semestre do ano passado. Para ela, são empreendedores que veem a área de alimentação como um ramo promissor.
“No geral, são áreas que conseguiram manter uma certa regularidade neste período, seja pela facilidade para atender a demanda de consumo em casa, como alimentos e bebidas, ou pela possibilidade de um trabalho remoto, como é o caso do escritório de consultoria”, diz.
Para Acea Evgueni Ratcheva, tão importante quanto enxergar o ramo ideal de atuação é conseguir antever se o negócio será sustentável ou não. A ferramenta que simula a viabilidade serve também para identificar o ponto de equilíbrio da operação.
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“Que é quando o negócio não dá lucro e nem prejuízo, ou seja, em que o empreendedor não precisa fazer mais aportes financeiros para manter a operação aberta. Este é o principal ponto que difere os negócios que vão para frente daqueles que não foram bem planejados”, completa.
A ferramenta de viabilidade do Sebrae pode ser acessada neste link. A consulta é gratuita e pode ser feita sem limite.