Ficar mais em casa neste período de quarentena de coronavírus tem feito muita gente a criar novos hábitos, praticamente terapêuticos. As atividades manuais como o crochê e o tricô vem conquistando não só as vovós no isolamento social, mas também um público mais jovem. Munidos de linha e agulhas, os iniciantes nas tramas têm surpreendido com produtividade neste período. 

continua após a publicidade

LEIA TAMBÉM – Músicos se reinventam com coronavírus e emocionam com serenatas em Curitiba

O serviço com linha e agulha conquistou até o cantor Falcão. Em entrevista ao É de Casa, no último sábado (11), o cantor disse que está empolgado com o novo hobby. “Uma coisa que nunca achei que ia aprender, mas estou aprendendo é crochê. Sempre gostei de trabalhos manuais, fazer maquete, sou arquiteto, né? Mas crochê, achava que ia ser difícil, mas agora já estou pensando em fazer um paletó todo de crochê”, afirmou durante a entrevista.

Falcão aprendeu crochê na quarentena. Foto: reprodução / Rede Globo.

Fazer crochê na quarentena também tem sido um excelente passatempo da controladora de voo da Aeronáutica Marcela Bittencourt, de 28 anos. Quando criança, ela acompanhava os pontos de crochê que sua avó fazia. “Ela era muito boa. Eu não pude crescer sempre ao lado dela, porque minha família mudava bastante. Mas durante as férias, eu fazia companhia para ela e para minha bisa, que morava com a minha avó”, relembra Marcela.

continua após a publicidade

A jovem confessa que nunca teve interesse em aprender o crochê com a avó quando era mais nova. Mas agora, na pandemia, resolveu crochetar. “Eu sou do grupo de risco, então estou em casa. Como não estou trabalhando e em casa não tem muito o que fazer, eu lembrei do crochê, da minha bisa. Estou há quatro meses em casa e o crochê está salvando os meus dias”, revela a militar.

Fazer crochê deu tão certo que Marcela começou a fazer peças para as amigas e até montou um perfil no Instagram @atelierdaceh para vender o que tem feito. Ela tem se especializado em fazer sousplat de crochê, um tipo de jogo americano arredondado, que é colocado na mesa para apoiar o prato. 

continua após a publicidade

Além do sousplat, Marcela também tem crochetado porta-copos, guardanapo, coisas para mesa posta. “Minha bisa fazia várias coisas, colchas, coisas mais complexas. Eu agora estou tendo muito pedido, virou uma fonte de renda extra. As pessoas começaram a pedir e comecei a vender”, conta. Fazendo apenas trabalho administrativo em casa, das 13 às 18 horas, Marcela tem produzido em torno de 2 a 3 peças por dia. “É bom porque fico fazendo vendo filme. Quando eu vejo, já acabou”.

LEIA TAMBÉM Sem eventos, fotógrafos de Curitiba se reinventam na quarentena

Com um mês de tricô, fez até blusa

A assistente administrativa Gabriella Desiderio, de 26 anos, está em casa desde antes da quarentena, isso porque ela acabou emendando o período do pós-parto com o isolamento social. Para passar o tempo, Gabriella pediu para que sua sogra ensinasse tricô a ela. “Minha avó fazia crochê, bordado, tudo, mas nunca tive interesse em aprender. Como eu estava parada, só fazendo as atividades de casa, quis aprender”, conta ela.

No começo, Gabriella confessa que teve bastante dificuldade em aprender. “Tem um mês que eu to fazendo. Então comecei a pesquisar na internet, finalizei uma blusa, fiz uma touca para o meu filho. Fui comprando as agulhas aos pouquinhos, comprei umas linhas e estou agora fazendo uma blusa com um ponto diferente”, revela. Com o tricô, Gabriella diz que está sendo como uma terapia, um momento reservado só para ela.

Quem faz tricô sabe que fazer uma blusa não é tarefa fácil. Por isso, a avó da Gabriella tem feito vários elogios à dedicação da neta. “Minha avó até brincou comigo, eu com um mês fazendo tricô, fiz até uma blusa. Consegui aprender bastante”, comemora.

A empolgação pelas tramas na quarentena tem incentivado Gabriella a saber cada vez mais sobre o tricô. “Fui pesquisar, descobri uma série de fios para usar quando chegar o calor, para fazer blusa aberta, com furinhos, um material para não parar. Não pretendo vender para fora, mas to aprendendo, fazendo vários pontos. Quando minha vó falava que era terapia, achava que era bobagem, mas vi que ela estava é certa”, finaliza.

Tricopedia

A jornalista Iris Alessi, 34 anos, e a designer Priscillla Lopes, 33, são as tricoteiras idealizadoras de uma plataforma na internet chamada Tricopedia. Elas já foram personagens da série Caçadores de Notícias, da Tribuna. Todo mês elas publicam vídeos explicando passo a passo como fazer tricô e oferecem até planos de assinantes, com vantagens para quem contribuir mensalmente com a ideia. Ficou interessado? Acesse tricopedia.com.br.