Embora todas as expectativas estejam voltadas para a vacina contra a covid-19, existem outros imunizantes disponíveis no Programa de Vacinação Brasileiro que também merecem igual atenção. A vacina do HPV, papilomavírus humano, tem sido uma poderosa aliada contra o câncer do colo de útero e está disponível nas redes públicas e privadas. O vírus, causador de câncer de colo de útero, é responsável por infectar cerca de 80% da população sexualmente ativa.
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A vacina do SUS é usada para prevenir lesões pré-cancerosas de colo de útero, vulva e vagina e de câncer do colo de útero em mulheres. Ela também previne verrugas genitais em mulheres e homens.
Desde 2014, o programa de vacinação brasileiro oferece a vacina para meninas de 9 a 15 anos e para meninos de 11 a 14 anos nos postos de saúde. A vacina disponível e a quadrivalente, que previne infecções de HPV 6, 11, 16 e 18.
O imunizante tem sido um excelente recurso para combater as doenças relacionadas ao vírus. Um estudo publicado na revista The Lancet (junho de 2019) aponta uma diminuição nas taxas de infecção entre as pessoas mais jovens desde que a vacina foi introduzida. “Com isso, será significativo o número de pessoas que não irão desenvolver cânceres ligados ao HPV, ou seja, fora o câncer de útero, temos o de cabeça e pescoço”, aponta o rádio-oncologista Henrique Balloni, do Oncoville.
Adultos se perguntam se vale a pena se vacinar agora. “A resposta é sim. A vacina tomada tardiamente não curará o HPV se uma pessoa já tiver um tipo de cepa, mas auxiliará contra outras cepas que podem incluir as formas de alto risco”, cita o médico. As vacinas podem ser encontradas na rede privada que oferecem dois tipos de imunização, a bivalente, que protege contra dois tipos cancerígenos, o 16 e o 18, e a quadrivalente, que além desses dois tipos protege contra os tipos de baixo risco.
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Doença que mais acomete as mulheres no Brasil
O HPV é responsável por infectar cerca de 80% da população sexualmente ativa, sendo um dos principais causadores do câncer de colo de útero. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, esse tipo de câncer afeta mais de 500 mil mulheres por ano.
O câncer do colo do útero é o quarto tipo que mais acomete as mulheres no Brasil e, de acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), deverão ocorrer aproximadamente 16 mil novos casos neste ano no país, quase todos decorrentes de infecção pelo HPV.
Transmitido por meio de relações sexuais, o HPV pode ou não evoluir para o câncer. O papanicolau é o exame de rastreamento para detecção precoce do câncer de colo do útero e visa detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. Este exame é recomendado a todas as mulheres que já iniciaram atividade sexual.
O HPV também é uma das causas do tumor de cabeça e pescoço (amígdalas, língua), principalmente em pacientes jovens de 40 e 50 anos que não fazem uso de tabaco e álcool. A incidência desses tumores nessa população tem aumentado anualmente em função da infecção previa do HPV. A transmissão ocorre principalmente por meio de relações sexuais orais.
Até o momento não existe exame de rastreamento como o papanicolau em tumores de colo uterino. Uma ferida “afta” na boca que não cicatriza (mais de 14 dias) ou mesmo linfonodo no pescoço (gânglio) pode ser um sinal de alerta para procurar especialista para avaliação.