As máscaras de proteção facial são essenciais para combater a transmissão da covid-19. Apesar de importantes, elas acabaram dificultando a vida dos surdos – que precisam da visão da boca para a leitura labial – e cobrindo sorrisos e outras expressões faciais que mostram nossos sentimentos.
Para resolver o problema, iniciativas brasileiras e estrangeiras têm criado alternativas de proteção transparente – veja abaixo alguns modelos! Porém, antes de ir atrás desses novos modelos de máscara, profissionais da área de saúde pedem cautela. Afinal, é melhor investir numa de qualidade do que comprar um modelo de segurança duvidosa.
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Apesar de modelos promissores já estarem despontando no mercado, as máscaras transparentes precisam ser seguras: evitar a entrada e a saída do coronavírus. De acordo com a médica patologista do Laboratório Frischmann Aisengart, Natasha Slhessarenko, a máscara é uma proteção mecânica e protege não só quem usa, mas quem está próximo. “Uma máscara transparente, para garantir proteção comprovada, precisa ser referendada por um órgão regulador”, esclarece a especialista.
Quando se trata de máscaras caseiras, diversos testes em todo o mundo comprovaram a eficácia da peça como barreira importante contra a covid-19. No entanto, modelos que usam válvulas laterais como a de máscaras para pintores, no estilo PFF3, podem proteger quem usa, mas não quem está perto. “Isso porque o filtro de ar funciona na inalação, mas não quando é exalado”, revela a médica.
Máscaras que apresentam apenas uma barreira de proteção no nariz e na boca, parecidas com a proteção face shield, podem ser perigosas. Durante um espirro, por exemplo, gotículas podem sair pelas laterais do escudo, contaminando toda a área ao redor.
Confira alguns modelos de máscaras transparentes:
Máscara Leaf, certificada nos Estados Unidos
A peça é leve, feita de silicone e possui um filtro de ar N99, mais potente que a N95 utilizada em ambiente hospitalar. Para garantir alta precisão na proteção, a máscara foi confeccionada com a ajuda de tecnologia aeroespacial. Preço de venda: a partir de US$ 49 dólares (o equivalente a R$ 280).
Criada para permitir um conforto cada vez mais próximo possível da sensação de estar sem máscara, a americana Redcliffe Medical desenvolveu a Leaf Mask. O equipamento já recebeu a aprovação da FDA, a agência americana que regula os produtos de saúde pública nos Estados Unidos, equivalente no Brasil à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Máscara autolimpante da Xiaomi
A fabricante chinesa Xiaomi tem se dedicado a criar um modelo de máscara transparente tecnológica. A proposta, segundo a marca, é permitir que a proteção seja auto-limpante. Para isso, a peça deverá utilizar filtros removíveis compatíveis com máscaras N95, que ao serem conectados a uma porta USB, emitem luz para auto higienizar em apenas 10 minutos.
Caso seja comercializada, a intenção é de que cada filtro possa durar cerca de um mês e meio, tempo de vida muito maior que as máscaras de proteção utilizadas em ambiente hospitalar.
Máscaras da UFPI
Desenvolvida por pesquisadores dos cursos de Engenharia Elétrica e Mecânica da Universidade Federal do Piauí (UFPI), essa máscara transparente tem a principal função de possibilitar a leitura labial. O estudo de desenvolvimento do produto faz parte do Projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI), do Hospital de Campanha Estadual (HCE).
O Ministério Público do Trabalho do estado aprovou financeiramente a fabricação de 500 máscaras, que serão destinadas a professores e alunos do curso de Libras da universidade. Além disso, as máscaras serão fabricadas para uso hospitalar e devem passar por testes laboratoriais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há previsão para venda.