Arte urbana

Mais de 530 m² de novo grafite traz novo colorido a bairro de Curitiba

painel de grafite sao francisco
Novos painéis de grafite no Alto São Francisco, em Curitiba. Foto: Cristina Seciuk / Gazeta do Povo.

Grandes novos painéis de arte urbana estão colorindo a antiga localização do tradicional colégio Anjo da Guarda, no Alto São Francisco, em Curitiba. O trio de grafiteiros Jorge Galvão, Neilton Nunes e Thiago Syen, que formam a Valetão Crew, deram vida a um painel de 530 m² – perímetro de uma obra de alto padrão de um novo empreendimento imobiliário da região.

Quem passa pela região do Alto São Francisco vê o colorido novo dos grafites pelas ruas Treze de Maio e Carlos Cavalcanti, nas quadras entre a Almirante Barroso e a João Manoel. Há também mural na Almirante Barroso.

Os murais devem estar concluídos até esta terça-feira (20), vão ganhar iluminação própria, como uma galeria a céu aberto, e permanecerão parte da paisagem do São Francisco pelos próximos três anos, que é a estimativa de tempo para a conclusão da obra, assinada pela Invescon Desenvolvimento Imobiliário.

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A nova arte começou a ser produzida neste último fim de semana. Em conversa com a reportagem da Haus, da Gazeta do Povo, o artista Jorge Galvão explica o tema de cada mural. “O Thiago desenha situações do cotidiano, o Neilton traz uma questão espiritual com os personagens, eu faço uns abstratos, estou trazendo retratos. Então, cada pessoa que vir vai se identificar em algum aspecto, vai ser tocado. Desde o ‘nóia’ até as senhorinhas vão achar algo para se identificar”, completou.

Thiago Syen levou para a região muito dia a dia e simplicidade – nas situações retratadas, não na execução. Com cores fortes e traço fortemente inspirado pela técnica da xilogravura, buscou o caminho do afeto, com um papo entre pai e filho, até um frugal banho de sol. Ao comentar sobre os temas escolhidos, falou sobre a importância da abertura para a criação autoral no desenvolvimento desse tipo de trabalho, no que recebeu eco de Galvão: “o grafite é uma linguagem gráfica, é estudo, mas ainda é tratada como menor. Não é uma bagunça de moleque, é um movimento sério, de pessoas que pensam a arte que estão fazendo”, cravou.

Neste contexto, a realização de um projeto tão grande surge não distante (no espaço e no tempo) do apagamento de outro, deixando um “sentimento dúbio”, nas palavras de Jorge Galvão. “É bom que haja interesse [pelo grafite], mas é chato que não haja ações mais efetivas [de incentivo e preservação]”.

De acordo com o empresário Luis Napoleão, CEO da companhia, o objetivo da ação foi colaborar com a revitalização do local e surpreender os moradores do entorno. “Entendemos que estamos iniciando um novo capítulo para um endereço repleto de memórias. Nada mais justo do que abrirmos este diálogo com uma gentileza urbana”, acredita.

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