Esse é mais um daqueles assuntos que, volta e meia, aparecem nos grupos de conversa entre pais. Seja por medo do escuro, insegurança ao ficarem sozinhas ou dificuldade para pegar no sono, as crianças sempre vão preferir dormir com os adultos – são os protetores naturais delas. Só que a gente sabe o quanto isso pode impactar, tanto a vida do casal quanto a da própria criança que está em desenvolvimento. Por essa razão, fomos ouvir especialistas que podem ajudar você, caso você esteja passando por uma situação semelhante.
A primeira coisa que você precisa saber é que isso vai acontecer, independentemente do seu preparo. Pelo que afirmam psicólogos e pediatras, é só a partir dos 10 anos que os filhos alcançam a “independência do sono” e acham, sozinhos, o caminho do próprio quarto. Antes disso, é bom estar preparado para as “invasões noturnas”.
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“Não tem regra e nem receita. Cada caso é um caso e tem que ser avaliado com muito cuidado”, diz a psicóloga e doutora em Educação, Maísa Panutti, do Colégio Positivo. Para ela, os pais devem tentar entender, antes de tudo, o que está levando a criança a agir repetidamente dessa forma. “Se a gente avaliar o momento que estamos vivendo, por exemplo, de pandemia, é claro que todas as relações estão alteradas. Tem que levar isso em conta se é algo de agora”, ressalta.
Maísa lembra, ainda, que a permissividade é uma porta que quem abre são os adultos e que, portanto, devem agir com tolerância ao lidar com a questão. “O convívio social das crianças com seus pares já foi afetado por conta do fechamento das escolas. O casal vai ter que ir remanejando a rotina com paciência, mudando os hábitos delicadamente”, orienta.
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Daphne Normann Melamed, do Hospital Pequeno Príncipe, também indica uma mudança consistente, mas gradativa. “A conversa deve estar presente sempre antes da ação. Nesses casos, os pais devem fazer a transição no quarto da criança. Colocando um colchão ao lado da cama, ficando junto com ela até pegar no sono, deixando uma luz acesa e a porta do quarto aberta”, indica a psicóloga.
Segundo ela, o ideal é chegar a um acordo. E permitir que as crianças durmam junto em situações específicas. “Dá para criar um dia da família, uma vez por semana, ou uma noite do cinema”, sugere. O importante é manter o vínculo de afeto e confiança dentro de casa.
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Como lidar?
Os especialistas indicam algumas atitudes que podem ser tomadas neste momento. Coisas simples que os pais podem incorporar ao dia a dia da família, para que se possa resolver essa questão da maneira mais tranquila possível:
Crie uma rotina
Tomar banho, colocar o pijama, escovar os dentes, fazer xixi, deitar e ouvir uma história. Criar uma rotina faz com que a criança já saiba o que vem pela frente. Isso evita aquele baque na hora da “separação” ao ir para cama. Criar um clima, com a cama confortável, o bichinho de pelúcia preferido e uma luz acesa também ajuda.
Estipule as exceções
Se por qualquer motivo você permitir que a criança durma com vocês (medo, pesadelo, dor de barriga, frio) ela, provavelmente, vai agir assim toda vez que algo sair do controle. Por isso, é bom combinar em quais circunstâncias isso será permitido: na noite da família, quando o papai estiver viajando e a mamãe sozinha na cama, etc.
Fomente a autonomia
Motivar as crianças a realizarem atividades próprias para a idade delas, como se vestir, comer e arrumarem o quarto sozinhas, ajuda no processo de acreditarem nas próprias capacidades. Deixar que tenham momentos livres ao longo do dia, se a supervisão de um adulto, é outra dica para aumentar as reservas de tolerância e autoconfiança para dormirem sozinhas.
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