Desde esta segunda-feira (27) salas de teatro de toda capital estão mobilizadas para abrigar centenas de atrações do Festival de Curitiba. Nesta terça, a Mostra Lúcia Camargo tem três apresentações. Veja a programação desta terça e escolha qual espetáculo assistir.

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KARAÍBA

Espetáculo tem como compromisso ético uma equipe majoritariamente composta de artistas e profissionais de produção indígenas. Karaíba é a adaptação do livro homônimo de Daniel Munduruku, onde só a imaginação nos faz seguir e entender as palavras e profecias de um passado e um presente vivos em nós. Neste espetáculo, o convite é para imaginarmos essas terras 523 anos antes das caravelas. Imaginar os povos Tupinikin, Turyaçu e Anhangás que aqui viviam e vivem, seus conflitos e seu modos de ver o mundo. Imaginar o karaíba percorrendo pelos caminhos de Pindoretá junto aos personagens dessa nossa odisséia sonora teatral. O espetáculo é baseado na obra literária “O Karaíba: uma história pré-Brasil” de Daniel Munduruku.

O TEMPO E A SALA

Dois homens, dois guardiões do tempo, refletem sobre o limite entre o tempo e o espaço a partir de suas memórias e dramas pessoais. Em um apartamento antigo, no centro de uma grande cidade, vivem Julius (Rodrigo Ferrarini) e Olaf (Daniel Warren). Dois homens que, como guardiões do tempo, observam a cidade e, a partir de suas memórias, atraem para dentro do ambiente a personagem Marie Steuber (Simone Spoladore), cujas memórias e dramas pessoais tomam conta do lugar, fazendo parte da realidade e/ou dos devaneios dos anfitriões. Houve uma festa naquele lugar? As personagens existem de fato? O que é sonho e o que é realidade? O que é concreto e o que é imaginação? Quais os limites entre o tempo e o espaço?

STABAT MATER

Em Stabat Mater, Janaina Leite (prêmio Shell de dramaturgia) propõe uma palestra-performance sobre a história da Virgem Maria ao longo dos séculos, ao mesmo tempo em que tenta dar conta do apagamento da mãe em seu espetáculo anterior, Conversas com meu Pai. Onde estava a mãe? Pergunta que é indiretamente respondida por meio da Virgem Maria e o célebre stabat mater – no latim “a mãe lá estava” – referência ao poema do século XII que consagrou o tema da jovem mãe aos pés do filho na cruz. A partir do texto da filósofa e psicanalista Julia Kristeva, a montagem, mais do que a experiência do ser mãe, busca nessa (con)fusão, as origens de um arranjo histórico entre o feminino e o masculino, mas, não sem antes correr os riscos de enfrentar os mecanismos de gozo e dor que fixam essas posições.

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