Esse ano totalmente atípico trouxe diversos desafios. Além de toda a preocupação com a saúde, chama a atenção a quantidade de pessoas que se queixam de estresse em decorrência das inúmeras restrições, dificuldades e problemas ocasionados pela pandemia do novo coronavírus.
Quem é mais sensível, emocionalmente falando, pode sofrer mais com os efeitos decorrentes dessa ansiedade toda. E a pele é um órgão que permite que se observe com facilidade as consequências de doenças psicossomáticas.
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A dermatologista Helena Marchioro explica que não existe, de fato, uma doença identificada como alergia “emocional”. Ela esclarece que o que normalmente ocorre é que algo pré-existente pode se manifestar durante um quadro de estresse. “A pessoa pode ter alguma doença de pele há mais tempo, como uma doença crônica ou uma dermatite atópica (doença que vem desde a infância) e isso piorar em períodos de estresse ou muita ansiedade, quando a parte emocional não está bem controlada”, diz a médica.
Ela afirma, ainda, que esse gatilho emocional é responsável pela piora de quadros de psoríase e vitiligo, que não são alergias, mas doenças da pele. Por isso é fácil relacionarmos o estresse a alergias e urticárias. Nesse ano, com quase todo mundo abalado emocionalmente de alguma forma, houve um aumento no número de pacientes que buscaram explicações para reações adversas na pele, de acordo com a dermatologista.
Preocupação e coceiras
O empresário Murilo Carvalho reparou que as coceiras que eventualmente apareciam na região da costela pioraram consideravelmente nos últimos meses. Ele nunca conseguiu saber exatamente a causa do problema, mas já identificou que o calor e suor em excesso contribuem para a piora do quadro. Só que nas últimas crises percebeu que não foi exatamente a temperatura que desencadeou a urticária. “Eu estava com um problema imenso no trabalho e só me dei conta que podia ser isso porque assim que tudo se resolveu, não tive mais nenhuma coceira”, revela o empresário.
O tratamento para qualquer doença de pele varia muito de acordo com cada caso, por isso a orientação é sempre buscar um médico. “O primeiro passo é procurar um dermatologista para fazer a avaliação, ter o diagnóstico, ver se tem outra causa que não somente a emocional”, alerta Helena. E se o emocional não estiver bem, um psicólogo também pode ajudar a enfrentar os problemas ao longo desse processo.