Oncologia

Curitibana relata desgaste para tratamento de câncer: “processo abala o psicológico”

curitibana cancer de mama
Engenheira Carolina Lopes sentiu um nódulo no seio aos 28 anos. Foto: arquivo pessoal.

“Foi um soco na cara.” Assim a engenheira Carolina Lopes define o sentimento de quando descobriu o câncer de mama. Ela sentiu o nódulo pela primeira vez aos 28 anos com o autoexame. Foi a dois médicos, mas pelo tamanho, histórico familiar e idade, foi descartada a necessidade de investigar. Um ano depois, sentiu o caroço maior e voltou ao especialista, que pediu exames com urgência.

“Não sei se foi sorte ou destino, mas quando liguei para marcar o exame tinha uma desistência e fui correndo para lá. Na hora, o médico que me atendeu alertou que o nódulo estava no limite do bom, que eu deveria fazer biópsia para receber o resultado no fim do mês e começar a quimioterapia”, relembra.

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Após essa notícia, a engenheira voltou ao consultório da médica onde pegou uma guia do plano de saúde para realizar a biópsia e a indicação de um mastologista. “Tive sorte porque consegui tudo muito rápido. Mas precisei atravessar a cidade para todas essas consultas. Com certeza, se um local só abrigasse todos os serviços, desde o exame preventivo, diagnóstico e tratamento facilitaria muito. Todo esse processo desgasta muito e abala o psicológico”, complementa Carolina.

Com base nesse cenário, instituições hospitalares estão se adaptando para ofertar o atendimento completo a esses pacientes, desde o diagnóstico, cirurgia, quimioterapia, até serviços multidisciplinares com psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e atendimento paliativo. O Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), está investindo na criação de um Câncer Center, em parceria com o Instituto de Oncologia do Paraná.

“Receber diagnóstico de câncer não é fácil, muitos ficam sem saber quem procurar para dar continuidade ao tratamento. Com o término do projeto, vamos fazer esse acompanhamento. A ideia é ter um profissional que dê aos pacientes as orientações sobre os próximos passos após a confirmação da doença, possibilitando atendimento mais assertivo”, explica o diretor-geral do hospital, José Octávio Leme.

Para o atendimento integral dos pacientes, o Hospital Marcelino Champagnat está reformando um andar que pretende acomodar três consultórios oncológicos, além da parte administrativa, sala para quimioterapia e cuidados paliativos. A instituição já conta com exames de imagem e centro cirúrgico com tecnologia de ponta.

No primeiro semestre de 2021, foi adquirida a plataforma robótica Da Vinci X, utilizada principalmente em cirurgias oncológicas para retirada de tumores em locais de difícil acesso, como casos na próstata e tórax. Menos invasiva, ela possibilita menor tempo de recuperação e internação ao paciente.

“O Câncer Center irá atender homens e mulheres e acreditamos que, por acomodar, de forma integrada, a estrutura para detecção e tratamento da doença, o índice de pessoas que não realizam ou não voltam ao médico após os exames será menor”, ressalta o diretor do hospital.

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