Ao perceber que várias pessoas começaram a procurar máscaras artesanais depois que o Ministério da Saúde incentivou o uso desse item por toda população na última semana, a Associação Cidadania, de Rondonópolis, no interior do Mato Grosso, decidiu aproveitar a oportunidade para fazer o bem. “Tem muita gente com dificuldade para se manter neste momento difícil e aqui na região alguns estão até vendendo móveis da casa para ter o que comer”, contou a voluntária Rosy Costa, ao Sempre Família.
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Por isso, ela e outros 22 integrantes da associação sem fins lucrativos resolveram confeccionar máscaras e oferecê-las à população em troca de arroz, feijão, trigo e outros itens não perecíveis. “Iniciamos dia 2 de abril e a procura foi tão grande que tivemos que contratar costureiras profissionais para nos ajudar”, comemora a matogrossense, que já recebeu pedido de 14 mil máscaras.
Segundo ela, os interessados são pessoas físicas e jurídicas que escolhem trocar os produtos por alimentos de sua preferência ou adquiri-los pelo valor de R$ 5 a unidade. Dessa forma, os voluntários podem comprar itens que faltam para completar as cestas básicas e ainda pagar as profissionais que auxiliam na fabricação. Afinal, “além de darmos o que comer a quem não tem, estamos oferecendo trabalho para sete pessoas”, conta a empresária, que convida toda população para colaborar.
“Lembrando que você pode nos ajudar com a doação de materiais para a produção das máscaras, como malha 100% algodão e elástico fino, ou por transferência bancária”. O WhatsApp para contato é o (66) 99628-6658.
Ação na Bahia
Com o mesmo objetivo, médicos da Bahia também começaram a trocar máscaras de proteção por alimentos. De acordo com a dermatologista Melissa Catabriga, a ideia surgiu depois que ela e o angiologista Juliano Catabriga pesquisaram a respeito da eficiência dessa medida de proteção individual em outros países para o controle da pandemia. “Então, por que não transformar isso em um incentivo a doações e ainda ajudar a criar esse hábito no Brasil?”, questionaram.
E foi assim que eles iniciaram na última segunda-feira (6) a campanha no Instituto de Dermatologia e Angiologia InDerma, da cidade de Teixeira de Freitas. Segundo os idealizadores, a clínica adquire os produtos de costureiras do município e os deixa à disposição de pacientes e outros moradores que desejem trocá-los por 1 kg de alimento não perecível, biscoitos ou materiais de higiene. “Assim, conseguiremos mantimentos para as pessoas que precisam neste momento tão difícil da economia”, garantem os médicos, que atendem pelo WhatsApp (73) 98849-0966.
Costureiras do Paraná
Além de movimentar as regiões Centro-Oeste e Nordeste do país, a ideia também conquistou o Sul do Brasil, onde costureiras como a curitibana Elizabeth Alves Soares decidiram usar seu talento para ajudar quem não tem o que comer.
“Estou trabalhando cerca de 12 horas por dia para produzir máscaras artesanais e conseguir cestas básicas para doar”, conta a moradora do bairro Boqueirão, decidida a comprar as cestas com 50% do valor de todas as vendas que realizar neste período. “E a pessoa também pode pagar sua máscara com três quilos de alimento”, afirma a empresária, que atende pelo WhatsApp (41) 99724-7551.
Assim como ela, sua colega de profissão Jandira Ferres Barbosa, de Paranaguá, também deixou de lado o lucro neste período. “Confeccionei algumas máscaras em tecido, mas elas não estão à venda”, publicou em sua página no Facebook, ao informar que daria os produtos de presente a quem colaborasse com sua campanha de arrecadação de alimentos.
A ação foi lançada no último sábado (4) e, em apenas dois dias, todas as unidades disponíveis já haviam sido trocadas. “Quero agradecer aos que ajudaram”, escreveu. E que “Deus os abençoe e multiplique mil vezes mais”, finalizou.