A banda Terminal Guadalupe, de Curitiba, voltou a lançar um álbum de inéditas após 15 anos do último trabalho. O disco “Agora e Sempre” (Loop Discos, 2022) chegou às plataformas digitais em 5 de setembro deste ano. É o quarto disco de estúdio do Terminal Guadalupe, o primeiro desde “A Marcha dos Invisíveis” (Independente, 2007), aclamado pela crítica e nos festivais da época. 

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Segundo a banda, as músicas do novo álbum trazem um retrato em branco e preto do Brasil: denso, sombrio, algo melancólico, mas com um fio de esperança.

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“O processo de composição começou no segundo mês de isolamento forçado pela pandemia. O Allan, que morava no sul de Portugal, entrou em contato comigo com a proposta. Fiquei surpreso, num primeiro momento, e um pouco preocupado se daríamos conta. Afinal, o retorno de uma banda que fez sucesso nos anos 2000 exige uma boa qualidade musical. Mas, quando começamos a trabalhar, tudo foi dando certo e ficamos felizes com o resultado”, conta o vocalista Dary Esteves Jr.. 

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O disco foi trabalhado de longe, com o auxílio da tecnologia. A meio mundo de distância entre si, os integrantes do Terminal Guadalupe juntaram sons sintéticos com timbres acústicos processados, mergulhando na música eletrônica dos anos 1970, mas com um toque das paradas das playlists atuais. Foi um banho de loja no som da banda, que antes era identificada pelas guitarras.

“Foi um esforço de logística, mas graças à tecnologia a gente conseguiu superar essa dificuldade. Cada um estava em um lugar do mundo, mas a gente conseguiu organizar tudo para que pudéssemos gravar dentro da agenda de cada um. Custou tempo, organização e paciência também. Especialmente controle de ansiedade, mas deu certo”, destaca o vocalista.

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Em Portugal, o paulistano Allan Yokohama (guitarra, violão, programações e voz) fez os arranjos, entre ritmos latinos, batidas programadas e violões distorcidos. Na Alemanha, o curitibano Fabiano Ferronato (bateria) criou as bases das músicas novas, com vigor, pulsação e silêncios. No Brasil, o pantaneiro Dary Jr. (radicado em Curitiba) gravou as vozes.

O disco traz canções em português, inglês, espanhol e italiano, fruto do esforço da banda para se comunicar com novos e diferentes públicos. Em “Ahora Y Siempre”, por exemplo, o convidado é o cantor e compositor uruguaio Dany López. Em “Privè”, a participação foi do cantor e compositor carioca Franco Cava, muito querido na Itália. “As músicas transitam por universos diferentes, mas sempre chamam as coisas pelo nome, com a crueza de sentimentos que a realidade impõe. Isso torna o disco muito pesado ao mesmo tempo em que deixa claro: desistir não é uma opção. Buscamos forças. E recorremos a ironia, crítica e esperança para equilibrar as emoções”, teoriza Dary.

O álbum começou a ser criado por um grupo de WhatsApp. Bateria, baixo, guitarras, violões, sintetizadores e a voz de Allan foram gravados em Lisboa (Portugal). Dary registrou sua voz em Curitiba. O embalo das letras se apresenta sobre bases de cúmbia, flamenco, kraut-rock, sessentismo lo-fi e pop contemporâneo.

“A banda sempre teve essa postura de reflexão, de choque, de tentar contribuir para a discussão sobre a nossa realidade. ‘Agora e Sempre’ é mais um exemplo disso. A única expectativa é ser ouvido. Que o nosso antigo público se lembre da banda e que novas audiências surjam a partir deste álbum. E que o país renasça”, finaliza Dary.

Álbum

“Agora e Sempre” é produzido por Iuri Freiberger e Allan Yokohama. Mixado e masterizado por Iuri Freiberger. Gravado nos estúdios Casa do Fundo e Arnica, em Curitiba, e Leo Bracht Transcendental, em Porto Alegre, no Brasil; IO, em Montevidéu, no Uruguai; e Hybrid 13 e Yokohome Studio, em Lisboa, Portugal.

Todas as músicas são de Allan Yokohama com letras de Dary Esteves Jr., exceto: “¿Qué Pasa, Cabrón?”, “Black Song” e “Holidays in Amityville” – letra e música de Dary Jr. “Ahora Y Siempre” – música de Allan Yokohama e letra de Dary Esteves Jr. e Dany López “Privè” – música de Allan Yokohama e letra de Franco Cava.

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Terminal Guadalupe

Allan Yokohama – guitarra, violão, programações e voz

Dary Esteves Jr. – voz

Fabiano Ferronato – bateria

Marcelo Caldas – baixo

Participações

Dany López – voz e piano em “Ahora Y Siempre”

Franco Cava – voz em “Privè”

Rodrigo Lemos – teclados em “A Flor de Drummond” e “¿Qué Pasa, Cabrón?”

Iuri Freiberger – percussão digital e intervenções sonoras

Nuno Pereira, Mariana Milagaia, Dario Tiglia e Alexandre Azevedo (palmas em “Ahora YSiempre”

Capa

Pietro Domiciano