Além de trazerem consequências como problemas cardiovasculares, metabólicos, dificuldades de memória e depressão, doenças relacionadas ao sono podem afetar seu relacionamento.

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“A apneia não tratada causa até diminuição da libido e impotência sexual”, alerta o médico especialista do sono Fernando Cesar Mariano, ao citar ainda que indivíduos que roncam deixam o cônjuge cansado e irritado, aumentando a chance de conflitos na relação.

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E foi o que aconteceu com a consultora de vendas Antônia Jacomet. Casada há 32 anos, ela e o esposo viram o bom convívio ser abalado devido à falta de descanso. “Tem dias que ele ronca muito alto, então, como tenho sono leve, é insuportável dormir na mesma cama e eu fico nervosa”, relata. “Nessas noites, o único jeito de descansar um pouco é indo para outro quarto”.

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Segundo o especialista, casos como esse são comuns e acontecem porque a pessoa nem sempre percebe o problema. “Aí a situação se agrava, a esposa passa várias noites sem dormir e os dois se estressam”, afirma, ao comentar que a maioria dos pacientes é do sexo masculino. “Então, você, homem, precisa ouvir as reclamações da sua mulher e entender que ronco não é motivo para dormir no sofá, mas para procurar um especialista”.

Essa atitude, de acordo com Fernando, ajuda o casamento e previne doenças mais graves, pois o ronco é sinal de que há algo errado com a respiração e que precisa de tratamento. “Pesquisas no Brasil apontam que uma a cada três pessoas sofre de apneia do sono, e isso começa com o ronco frequente”.

Perigos da apneia do sono

Nesses casos, além de atrapalhar o descanso dos familiares devido ao barulho, o indivíduo os assusta com pausas na respiração enquanto dorme. “Parece que a pessoa ou está se afogando ou que está engasgada, porque o ar não consegue passagem para chegar aos pulmões”, explica o médico, ao citar que essa falta de oxigenação prejudica o sistema nervoso central e pode gerar dificuldades de memória, concentração e até demência.

Além disso, pausas de apneia geram descargas de adrenalina e cortisol no organismo, estimulando a frequência cardíaca. “Em longo prazo, isso desgasta o sistema cardiovascular e potencializa o desenvolvimento de arritmia, hipertensão resistente, infarto e AVC”, alerta. “Sem contar problemas como diabetes, obesidade e ainda um risco maior de sofrer acidentes de trabalho e de trânsito devido à sonolência diurna”.

Portanto, é essencial que o indivíduo busque orientação médica antes que o problema se agrave. “Então, acredite no seu cônjuge quando ele diz que você está roncando e preste atenção a outros sinais do seu organismo”, indica Fernando, ao mencionar cansaço durante o dia, mesmo após uma “boa” noite de sono, e despertares noturnos em que a pessoa acorda sufocada, com a garganta seca ou após um pesadelo em que estaria se afogando.

A partir do relato de algum desses sintomas, o médico solicitará exames para confirmar o diagnóstico e poderá orientar tratamentos como perda de peso, acompanhamento com fonoaudiólogo, uso de aparelhos para facilitar a passagem de ar e até cirurgia.

“Cada caso precisará ser avaliado individualmente, mas uma coisa é certa: quanto antes for feito, mais fácil será o processo e melhor para o casamento”, garante o especialista. “Afinal, o casal precisa ter em mente que dormir bem é necessário para uma boa relação com mais saúde, tranquilidade e felicidade”.

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