Durante a gravidez, o cuidado com a saúde da mulher é fundamental para garantir o bem-estar tanto dela quanto do bebê em desenvolvimento. Os exames pré-natais devem ser feitos por todas as gestantes, independentemente de apresentar ou não algum tipo de risco. A assistência médica é a garantia do cuidado e tem impacto direto na redução da mortalidade materna e neonatal.

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Segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) devem ser feitas, no mínimo, seis consultas pré-natal ao longo da gravidez. Todavia, o ideal são visitas médicas mensais até o sétimo mês de gestação, depois quinzenais e, chegando próximo ao parto, após o oitavo mês, essas consultas devem se tornar semanais. O agendamento pode se adequar às condições e complicações maternas.

Primeiro trimestre

Segundo a Dra. Laura Pacheco de Mello, ginecologista e obstetra, especialista em Medicina Fetal do laboratório CDB Inteligência Diagnóstica, na primeira consulta da gestante ao médico alguns exames serão solicitados. Ela explica que isso serve para o médico se certificar de que a saúde da mãe e do bebê estão sob controle. Mas, no caso de alguma alteração, iniciar o tratamento.

“Os principais exames para o primeiro trimestre são: hemograma, tipagem sanguínea, fator Rh, coombs indireto (se for Rh negativo), glicemia em jejum, teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL, teste rápido para HIV, toxoplasmose IgM e IgG, sorologia para hepatite B, urocultura + sumário de urina, ultrassonografia (exame morfológico de 1º trimestre ou ultrassonografia obstétrica com translucência nucal), exame citopatológico de colo de útero (se houver indicação clínica), exame da secreção vaginal (se houver indicação clínica) e exame parasitológico de fezes (se houver indicação clínica)”, lista.

Segundo trimestre

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A mulher deve ficar atenta à sua saúde durante todo o período da gestação. A Dra. Laura Pacheco também afirma que além dos hábitos saudáveis, observar o próprio corpo é uma forma de cuidar da saúde. “Há alguns sintomas que podem indicar que algo não vai bem. Neste caso, as gestantes devem redobrar as precauções. Como observar ganho de peso excessivo; aumento da pressão arterial; muito inchaço; dor de cabeça; náusea e vômito; prisão de ventre ou diarreia”, destaca a profissional.

No segundo trimestre, além do exame ultrassonográfico morfológico de 2º trimestre (idealmente realizado em conjunto com a avaliação de colo uterino por via transvaginal), é preciso fazer exames laboratoriais. “É importante fazer teste de tolerância para glicose, e ele deve ser realizado preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana”.

Os exames feitos no terceiro trimestre são importantes para ajudar a evitar intercorrências no momento do parto (Imagem: Monkey Business Ima | Shutterstock)

Terceiro trimestre

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Durante o terceiro trimestre, é possível avaliar o coração do bebê e identificar se há algum problema no órgão. Além disso, com esse tempo de gestação, a grávida deve se consultar com um pediatra, pois é fundamental ter o acompanhamento desse profissional antes do nascimento da criança.

“O último trimestre é o que a grávida fica mais ansiosa. A barriga já pesa e a vontade de ver o rostinho do bebê aumenta. Para ocorrer tudo bem, é nessa época que alguns exames precisam ser feitos para garantir que o parto não tenha nenhuma intercorrência”, diz a Dra. Laura Pacheco, que destaca os principais exames para esse período:

1. Ultrassonografia obstétrica com doppler

Feito a partir da 28ª semana, identifica o desenvolvimento do bebê, como o crescimento e o peso do feto. Nele é possível observar a quantidade de líquido amniótico, a localização e a maturidade da placenta. Além disso, durante a ultrassonografia é feita a dopplervelocimetria colorida, que realiza um estudo da circulação sanguínea materna e fetal.

2. Ecocardiograma fetal

Avalia o desenvolvimento, a função e a anatomia do coração do bebê. O exame permite o diagnóstico precoce de doenças cardíacas congênitas.

3. Exame de bactéria estreptococo B

Detecta a presença da bactéria estreptococo B na região vaginal e anal, que pode ser transmitida para o bebê durante o parto normal.

A profissional reforça que alguns exames só precisarão ser realizados se houver indicação clínica. “Seu ginecologista irá analisar quais os exames que você precisa fazer, de acordo com seu quadro clínico. É importante reforçar que cada gravidez é única. Mesmo que você ache desnecessário fazer um exame que na última gravidez não foi solicitado, nesta pode ser necessária. O importante é que sua saúde e do bebê estejam sempre bem”, conclui a Dra. Laura Pacheco.

Por Amanda Carvalho