A conscientização sobre os problemas relacionados à saúde mental e a seriedade deste tema ganha, a cada ano, mais relevância na sociedade. Campanhas para promover informação e a maior aceitação da opinião pública sobre a necessidade de procurar ajuda cresceram consideravelmente. É isso o que mostrou a pesquisa “Monitor Global dos Serviços de Saúde”, feita pelo Instituto Ipsos, em outubro de 2023.

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Conforme o estudo, 52% dos brasileiros afirmam que a saúde mental é o principal problema do país em termos de bem-estar da população. O problema se reflete também no mercado de trabalho. Atualmente, os transtornos de ordem emocional representam 38% de todos os afastamentos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Entre 2020 e 2022, o número de licenças por esta razão cresceu 30%. 

Espaço de trabalho mais saudável

Por essas razões, empresas de diferentes segmentos estão apostando cada vez mais na inclusão de atividades que introduzem leveza à rotina profissional. A arteterapia organizacional é uma das alternativas encontradas para deixar o ambiente de trabalho mais suave. 

“Ao longo da vida, os profissionais se preparam tecnicamente para exercer funções e assumir responsabilidades profissionais. Mas será que estão preparados na mesma medida para os desafios emocionais desta Jornada?”, questiona a arteterapeuta organizacional Theresa Rachel, que atua auxiliando lideranças e colabores a manterem um ambiente mais saudável no trabalho.

A arteterapia organizacional ajuda a reduzir o estresse e a estimular a criatividade (Imagem: Natee Meepian | Shutterstock)

O que é a arteterapia organizacional?

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A arteterapia organizacional é uma ferramenta que estimula os participantes a expressarem seus sentimentos, refletirem seus pensamentos e observarem seus comportamentos diante dos desafios no ambiente de trabalho. Isso é benéfico mesmo para aqueles que nunca tiveram contato com os materiais de arte, como desenho, pintura, colagem etc. 

“Mãos estimuladas a elaborar símbolos livres de julgamento e expectativas propiciam o desbloqueio criativo, reduzem o estresse e a ansiedade, promovem a solução de conflitos, favorecem o autoconhecimento e o bem-estar dos colaboradores”, afirma Theresa Rachel.

Produção no trabalho também cresce

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Para a especialista, a introdução da ferramenta por uma organização melhora também a cadeia produtiva. Com funcionários mais saudáveis emocionalmente, além do número de afastamentos reduzir, é natural que os trabalhadores consigam executar mais e melhor as suas tarefas.

“A arteterapia organizacional melhora as relações interpessoais na medida em que cada um consegue lidar melhor com seu coeficiente emocional, favorecendo a construção de relações mais empáticas. Estando mais consciente de suas capacidades, os colaboradores usam o estresse como estímulo para produtividade e não como um desgaste de energia que leva ao cansaço ou ao estresse negativo.  Em situações de crise e mudanças, o colaborador desenvolve sua espontaneidade para criar novas alternativas e soluções que tornam o ambiente mais inovador e criativo”, conclui Theresa Rachel. 

Por Ive Ribeiro