Notícias

O ”felizes para sempre” é uma escolha diária

O amor é o que sustenta os relacionamentos após a fase da paixão (Imagem: VD_Igor | Shutterstock)

Quem nunca desejou, em meio à sua jornada, dividi-la com alguém? Por que nos casamos? Já vou dar um spoiler aqui: talvez a paixão nos leve ao altar, mas é o amor que nos mantém unidos, após a festa. A paixão é um incêndio que não conhece limites, que pula muros, enfrenta o mundo e quebra regras, tudo em nome do seu desejo ardente. Mas esse lugar, conquistado a ferro e fogo, só se sustenta se a paixão amadurecer em amor, evoluindo da posse para o apreço, do querer ter para o querer estar junto. 

A paixão nos seduz com a ilusão da perfeição, enquanto o amor nos enraíza na verdade imperfeita de quem somos e daqueles que escolhemos, em um “felizes para sempre” que é menos conto de fadas e mais escolha consciente e diária. Menos flutuar nas nuvens do desejo e mais encontrar direção no amor, que torna a jornada significativa. 

A vida também é feita de calmaria

Afinal, a vida não é feita apenas de aventuras eletrizantes; há dias comuns, desafios constantes e trabalho árduo, exigindo mais amor do que paixão, mais atos concretos do que palavras poéticas. Atos simples como lavar a louça, levar o lixo para fora, colocar os filhos para dormir. 

É um convite diário para deixar de lado o egocentrismo juvenil e abraçar uma maturidade que se lança numa competição de generosidades. Uma jornada que redefine nossa noção de tempo, apagando todas as pequenas mágoas do começo e desmontando temores futuros. É celebrar juntos os dias ensolarados e se aninhar nos invernos da alma, sem julgamentos ou conselhos, mas com um silêncio que ecoa em nossa dor, assegurando que não estamos sozinhos. 

Casal de mulheres se abraçando e sorrindo, ao fundo uma prateleira com itens de decoração em uma parede azul.
Amar e ser amado nos fortalece (Imagem: DAB Creativity | Shutterstock)

O amor ajuda a superar os desafios

Em meio à ostentação narcisista que nos rodeia, é sentir a mão do outro apertando a sua por baixo da mesa, num gesto de admiração e conexão, como quem diz: “Não precisamos de nada disso para ser felizes”. Amar fortalece, mas ser amado nos impulsiona a superar desafios. Com o passar dos anos, nossos corpos carregam as marcas da vida, os cabelos branqueiam, o vigor diminui, mas o amor não esmorece. 

Como um bom vinho, a alma envelhece bem e canta: “Talvez eu seja, simplesmente, como um sapato velho. Mas ainda sirvo, se você quiser. Basta você me calçar. Que eu aqueço o frio dos seus pés”. Como se disséssemos: “Fica comigo, meu amor, o melhor ainda está por vir”.

Por Rossandro Klinjey – revista Vida Simples

Psicólogo, escritor, palestrante, cofundador da Educa. Nesta Egotrip, as turbulências são passageiras. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna