Falta de liderança, traumas, medos e ausência também impactam cachorros e gatos. O distúrbio chamado transtorno de ansiedade (TA) é sério e afeta o bem-estar do animal, alterando hormônios e neurotransmissores, o que pode ocasionar problemas de saúde adicionais. De acordo com Juliana de Abreu Pereira, doutora em Medicina Veterinária e coordenadora acadêmica da Faculdade Anhanguera de Joinville, os sinais do transtorno variam entre os pets.

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“É importante, primeiramente, o responsável identificar anormalidades no seu pet, que implicam, por exemplo, comportamentos mais agressivos ou em algumas situações, apatia, arrancar os pelos, hiperatividade, lambedura excessiva das patas, perda ou ganho de peso, feridas de difícil cicatrização e alterações de apetite”, esclarece a profissional.

Como identificar o transtorno de ansiedade em animais?

A médica veterinária explica que distúrbios comportamentais demandam uma abordagem mais especializada que transcende o treinamento básico. “Problemas comportamentais exigem um diagnóstico profissional e intervenções podem incluir mudanças no ambiente, treinamento, terapias comportamentais, e, em alguns casos, medicação prescrita pelo veterinário”, afirma.

Juliana de Abreu Pereira destaca que a medicina veterinária comportamental é uma especialidade que vem crescendo com o intuito de identificar cada vez mais esses distúrbios. Para a veterinária, informações a respeito da área devem ser mais difundidas a fim de gerar conscientização social sobre a TA.

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Pensando nisso, a especialista explica outras possíveis causas do transtorno de ansiedade em animais de estimação e dá dicas para ajudar na prevenção da enfermidade. Confira:

1. Falta de socialização

Animais que não foram expostos a diferentes pessoas, animais ou ambientes durante o período crítico de socialização (geralmente até os 3-4 meses de idade para cães) podem desenvolver medos e ansiedade em situações desconhecidas.

2. Mudanças no ambiente

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Alterações repentinas na rotina, como uma mudança de casa, chegada de um novo membro na família (humano ou outro animal) ou a perda de um membro da família, podem desencadear ansiedade.

3. Falta de exercício e estímulo mental

Animais que não têm oportunidades suficientes para gastar a energia física e mental podem desenvolver comportamentos ansiosos.

4. Separação prolongada dos donos

A ansiedade de separação é comum em cães e pode ocorrer quando eles ficam sozinhos por longos períodos. Gatos também experimentam ansiedade quando ficam sozinhos ou quando o seu ambiente muda.

Algumas raças de cães e gatos têm maior predisposição genética para a ansiedade (Imagem: VesnaArt | Shutterstock)

5. Genética e raça

Algumas raças de cães e gatos costumam ser mais predispostas à ansiedade devido a fatores genéticos. Por exemplo, raças de cães que foram criadas para serem companheiras dos humanos têm uma maior tendência a desenvolver ansiedade de separação.

6. Doenças e condições médicas

Certas condições de saúde, como problemas hormonais ou neurológicos, podem contribuir para a ansiedade em pets.

7. Barulhos altos e fobia de sons

Muitos pets desenvolvem ansiedade devido a sons altos, como trovões, fogos de artifício, ou mesmo o barulho de aspiradores de pó. Isso pode levar a fobias sonoras.

Como tratar o transtorno de ansiedade em animais ?

Dentre os possíveis tratamento, destacam-se:

  • Primeiramente, ao identificar qualquer um dos comportamentos acima citados, procure orientação de um médico veterinário e, sob hipótese alguma, faça o uso de medicamentos sem a prescrição médica;
     
  • Passeie com o seu cachorro em parques ou áreas públicas – onde ele pode ter contato com outros cães – duas vezes ao dia;
     
  • Dedique parte do seu tempo dando atenção a brincadeiras variadas (bolinhas, corridas);
     
  • Determine a sua posição de liderança;
     
  • Estimule o comportamento calmo. Quando chegar a sua casa, faça-o se acalmar primeiro, depois dê a atenção solicitada;
     
  • Deixe vários brinquedos na casa para que ele possa brincar em sua ausência;
     
  • Converse com seu cão, isso fortalece a ligação entre animal e tutor;
     
  • Não estimule comportamentos agressivos e nem atividades agitadas quando ele estiver ansioso;
     
  • Caso o seu trabalho autorize a permanência de animais por pelo menos um dia na empresa, leve-o ao trabalho. Isso pode ser muito eficiente para combater distúrbios de ansiedade;
     
  • Fale baixo com ele e agrade-o enquanto estiver calmo;
     
  • Não o force a fazer algo de que ele tenha medo. Nesses casos, consulte um profissional para lidar com este problema.

Por Deiwerson Damasceno Dos Santos