Durante o mês de junho e julho, as festas juninas são destaques no quesito diversão, dança e, principalmente, alimentação. Com diversos pratos típicos, como arroz-doce, curau, cocada e maçã-do-amor, a celebração torna-se um atrativo para fugir das dietas e aproveitar sem restrições o momento. No entanto, é preciso ter cautela na hora da comilança se você deseja manter a saúde do corpo.
“As opções doces de pratos típicos são geralmente carregadas de açúcar, o que também aumenta a carga calórica e o índice glicêmico das receitas sem trazer nutrientes importantes. Já as opções salgadas podem conter, além das farinhas, gorduras em excesso. Isso sem falar nos alimentos ultraprocessados, como a popular salsicha, que, se consumidos em demasia, podem prejudicar a saúde e favorecer o surgimento de doenças metabólicas, inflamatórias e até neoplásicas”, alerta a nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Todavia, isso não quer dizer que você não deve consumir os pratos juninos, basta realizar algumas adaptações para curtir os arraiás. Nesse sentido, a especialista lista 4 dicas para você fazer boas escolhas e evitar exageros durante a comemoração. Veja!
1. Prefira os ingredientes funcionais e evite o açúcar
Conforme a Dra. Marcella Garcez, para manter a dieta durante a festividade, uma boa alternativa é substituir os ingredientes pouco saudáveis utilizados no preparo das comidas típicas da época. “É possível escolher ou preparar versões sem açúcar, importante principalmente para pessoas que têm restrições de consumo, além de incluir ingredientes funcionais nas receitas, como farinhas integrais e farelos. Para exemplificar, a canjica que, preparada com açúcar e leite condensado, tem 350 kcal/100 g, pode ter a carga calórica reduzida para aproximadamente 230 kcal/100g se esses ingredientes não forem adicionados”, explica.
2. Preste atenção nas gorduras
Além dos doces, é importante também tomar cuidado com as gorduras, que são caracteristicamente mais calóricas: no caso do pé de moleque, feito com amendoim (uma fonte de lipídeos), cada 100 g pode conter 503 kcal, o que – somente para ilustrar – seria equivalente, em calorias, a uma refeição completa com um prato de arroz (100 g), feijão (100 g) e filé de frango grelhado (200 g).
3. Modere o consumo de álcool
A Dra. Marcella Garcez faz um alerta sobre o consumo de bebidas alcoólicas, como vinho quente e quentão, que tende a ser maior neste período de festas. “A intoxicação por álcool pode prejudicar as funções hepáticas e pancreáticas e o sistema cardiovascular e imunológico. Além disso, o álcool é um depressor do sistema nervoso central e pode afetar negativamente a saúde mental”, ressalta a médica.
A especialista também reforça que não existe quantidade segura para o consumo de álcool. “As bebidas alcoólicas de preferência não devem ser ingeridas, mas, se consumidas, optar sempre por muita moderação, particularmente o quentão, que, além de álcool, tem grande quantidade de açúcar adicionado. Além disso, é recomendado consumir bastante água, de preferência na mesma quantidade da bebida alcoólica, para ajudar a equilibrar a hidratação do organismo e minimizar os efeitos do álcool”, sugere.
4. Cuidado com as dietas após as festas
Outra questão muito importante e que não deve fazer parte das celebrações no período é exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e alimentos já com a premissa de realizar uma dieta detox depois. “O conceito de dieta ‘detox’, além de controverso, não é cientificamente comprovado. Então, é importante ter cuidado, especialmente com dietas ‘detox’ extremamente restritivas, que podem ser desequilibradas e não fornecer todos os nutrientes essenciais para o corpo”, diz a nutróloga.
Para a especialista, depois das festas, a recomendação é voltar à rotina de cuidados aos poucos. “O ideal após um período de abusos na alimentação é retornar para um hábito alimentar equilibrado, variado e o mais natural possível, sempre acompanhado de hidratação adequada, atividade física moderada e regular, controle do estresse e sono apropriado”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.
Por Maria Claudia Amoroso