O mês de agosto, simbolizado pelo azul e vermelho, destaca a importância do cuidado com a saúde vascular. As cores representam as veias e artérias, reforçando a necessidade de atenção a doenças graves como o aneurisma da aorta.
Abaixo, o médico Dr. Caio Focássio, cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, explica sobre três doenças cardiovasculares que estão no topo das mais graves. Confira!
1. Trombose venosa
Conforme dados do Ministério da Saúde, a cada mil brasileiros, um ou dois já sofreram com trombose – doença causada por uma formação de coágulos de sangue nas veias das pernas. “Um dos agravantes é que ela pode levar a uma embolia pulmonar, que é quando uma artéria do pulmão é obstruída e, daí, a falta de ar é um dos primeiros sintomas”, alerta o médico.
2. Aneurisma da aorta
Sem sintomas, ao primeiro sinal do problema, se for a ruptura, cerca de 80% das pessoas morrem, sendo que 50% chegam vivas aos hospitais e apenas 50% sobrevivem à cirurgia que reverte o caso. O aneurisma de aorta pode matar em até 90% dos casos. “Essa taxa de mortalidade é tão alta porque a aorta – que é a principal artéria do corpo – pode dilatar e se romper, e isso pode ser fatal”, afirma Dr. Caio Focássio, que lembra alguns fatores de risco: idade, uso de tabaco, hipertensão e histórico familiar.
A boa notícia é que até por exame físico clínico já é possível identificar o problema e o grande risco não está em ter aneurisma de aorta, mas, sim, em deixá-la chegar até as últimas consequências, quando essa artéria se rompe.
Em outros, antes de romper, a pessoa apresenta dor abdominal ou lombar, além de um incômodo pulsátil na barriga, compressão dos órgãos ou isquemia dos pés e nas pernas. Pode, também, não sentir absolutamente nada. Mas, quando se rompe, a dor abdominal e/ou lombar é forte, seguida de um mal-estar intenso, queda da pressão arterial, taquicardia, palidez e sudorese.
3. Doença arterial periférica
Um dos primeiros sinais da doença é a dor nas pernas ou surgimento de feridas dolorosas de difícil cicatrização, além de dor ao caminhar. A doença arterial periférica acontece devido à má circulação sanguínea nas artérias dos membros inferiores. “Nesse caso, um dos principais riscos é a amputação dos membros”, explica o médico.
Prevenindo doenças cardiovasculares
Para todas as doenças, o Dr. Caio Focássio alerta que existe prevenção que pode ser feita com o check-up anual. “As doenças vasculares mais graves geralmente são silenciosas. O ideal é agir antes que elas ocorram. Isso é possível apenas com um exame clínico feito em consultório e com a ajuda de um ultrassom que pode medir o grau de insuficiência venosa, verificar o grau de calcificação das artérias e, ainda, permite uma análise dos vasos sanguíneos por imagem. Assim, fica mais fácil indicar qualquer problema que o paciente possa vir a desenvolver e já iniciar o tratamento antes que surjam maiores complicações”, finaliza o médico.
Por Mayra Barreto Cinel