Dezembro Laranja

Sete alertas que você precisa saber sobre o câncer de pele

Proteja sua pele. Foto: Pexels

“Não espere até sentir na pele”: esta é a mensagem da campanha do Dezembro Laranja 2022 da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para tirar dúvidas e ajudar na prevenção, a Firstlab, que desenvolve e fabrica produtos e equipamentos para Laboratórios de Análises Clínicas, convidou a Dra. Juliana Elizabeth Jung, médica Patologista especialista em Dermatopatologia para esclarecer alguns temas.

O que é o câncer de pele?

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. É o tipo mais comum de câncer no mundo e na população brasileira. O principal alerta é sobre o Melanoma, que embora menos frequente é o mais agressivo e, em alguns casos, pode cursar com metástase e é responsável pela maioria das mortes por câncer de pele.

Tanto as peles claras como negras devem se prevenir?

A pele clara que queima fácil é mais suscetível ao câncer de pele. Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco além de ter pele e olhos claros, são: ser albino, ter vitiligo, ter histórico da doença na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores. 

Mas é importante salientar que a pessoas de pele negra também podem ter câncer de pele e nelas o diagnóstico pode ocorrer de forma tardia e comprometer o tratamento. Quem tem a pele negra deve ficar atento às suas pintas, lesões e manchas e usar com frequência protetor solar. O melanoma não escolhe cor de pele e não importa o tom de pele, todos devem usar protetor solar.

A proteção solar é o grande fator de prevenção?

Sim. Vale lembrar que apesar da campanha ser em dezembro, mês que marca o início do verão, o cuidado com a pele deve ocorrer o ano todo, já que o Brasil é um país tropical. A exposição excessiva ao sol e sem o uso de filtro solar são fatores de risco para desenvolver câncer de pele.

A infância é o período da vida mais suscetível aos efeitos danosos da radiação UV, que se manifestarão mais tardiamente na fase adulta sob a forma de câncer de pele. Portanto, se levarmos em conta que a radiação solar tem efeito cumulativo, a prevenção deve se iniciar com os bebês.

Deve-se evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h. Recomenda-se usar além do filtro solar, roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas. O filtro solar deve ser aplicado na pele antes de se expor ao sol, e o fator de proteção deve ser de 30, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados. Não se esquecer de passar o protetor em nuca, nas orelhas, dorso das mãos e dos pés.

É importante lembrar que o uso de protetor solar é um cuidado diário, deve ser usado inclusive em dias nublados, não só na praia, mas na cidade também.

Como deve ser o autoexame para diagnosticar pintas e lesões de pele? Qual é o sinal de alerta para procurar um médico?

A pele é o maior órgão do corpo e normalmente nós já sabemos e conhecemos nossas próprias “pintas”. Caso se perceba qualquer alteração da cor e do tamanho delas, já é um sinal de que devemos ter nossa pele examinada por um médico Dermatologista. O alerta fica também no caso de surgimento de pintas novas, que crescem muito rápido. Cuidado redobrado também com lesões que sangram e não cicatrizam.

O objetivo da campanha Dezembro Laranja é ajudar a população a identificar as alterações que acontecem na sua própria pele e procurar um Dermatologista para fazer um diagnóstico precoce do Câncer de pele. O exame dermatológico anual também é uma forma de prevenção.

A metodologia ABDCE auxilia no diagnóstico precoce?

É um método que ajuda a identificar lesões suspeitas de câncer de pele, principalmente Melanoma. Cada letra é a inicial de uma palavra e são sinais de alerta.

A = Assimetria, quando a lesão é diferente de um lado para outro.

B = Borda, quando a lesão é irregular, não muito redondinha.

C = Cor, prestar atenção se a lesão apresenta muitas cores, não é normal.

D = Diâmetro, corresponde ao tamanho, quando a lesão é grande, maior que 6,0 mm.

E = Evolução, quando cresce muito rápido.

Lembrando que a regra do ABCDE não substitui a avaliação médica!

O câncer de pele tem menos risco de morte do que outros tipos de tumor?

Quando diagnosticado precocemente, o câncer de pele tem cura. A cirurgia é o tratamento mais indicado. Em casos de câncer de pele não-melanomas o tratamento consiste na retirada da lesão com margens e seguimento clínico periódico.

O Melanoma quando diagnosticado precocemente também tem cura. Mas em fases mais avançadas pode ocorrer metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos) e levar o paciente a óbito. Em casos avançados só a cirurgia pode não ser suficiente, havendo necessidade de radioterapia e quimioterapia complementares.

Qual a importância da biópsia para diagnóstico e escolha do tratamento?

O diagnóstico definitivo do câncer de pele é feito através da biópsia e análise histológica da lesão no microscópio. É a biópsia que vai definir qual é o tipo de câncer de pele e classificá-lo e a partir desse resultado é que o tratamento será definido. Quando um melanoma é diagnosticado, é o patologista que detalha alguns fatores histológicos que são importantes na condução do tratamento, como o índice de Breslow que é a espessura da lesão, o fator prognóstico mais importante em Melanomas Cutâneos.

São vários os produtos e equipamentos distribuídos pela Firstlab que auxiliam no processo da biópsia. “Para a coleta de amostra em cirurgia, existe a opção de colocar o tecido em coletor universal estéril. Para o processamento e análise patológica temos: cassete histológico, navalha para micrótomo, lâmina, lamínula, cuba e berço para coloração, porta lâminas e microscópio. O microscópio é utilizado para observar de forma ampliada o tecido, de forma a analisar estrutura, formato, cor das células. Todos os nossos produtos, somados a um profissional bem treinado, ajudarão a diferenciar se o tecido está normal ou alterado e se a alteração é benigna ou maligna”, afirma Viviane Côrtes Ceschim, Assessora Científica Firstlab.

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