Os alimentos integrais que receberam uma nova regulação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no último mês de junho. O objetivo da regra é padronizar os parâmetros comerciais que determinam a categoria de alimentos que são vendidos neste segmento. Com isso, os consumidores passam a ter maior segurança da qualidade dos itens integrais que incluírem em suas compras.
A falta de padronização tornava relativa a definição de alimentos inclusos na categoria, gerando dúvidas e interpretações equivocadas sobre quais produtos efetivamente se encaixariam neste segmento. Segundo a nova determinação da Anvisa, a partir de agora, para um produto ser comercializado nesta categoria, ele precisa ter no mínimo 30% de ingredientes integrais, e esta informação do percentual tem que estar apresentada de forma clara no rótulo.
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Integrais são aqueles alimentos que mantêm todos os componentes naturais e nutritivos do grão, semente ou planta usado para sua produção, mesmo depois do processo de industrialização, sem etapas de refinamento que eliminam nutrientes essenciais. Tal característica torna estes alimentos mais saudáveis em relação àqueles que são ultraprocessados.
A nutróloga credenciada da Paraná Clínicas, Bianca Ohde Dalledone, explica as vantagens desta categoria de alimentos: “Os produtos integrais possuem um maior teor de fibras, que são excelentes aliadas ao processo de digestão. Também auxiliam o funcionamento intestinal e podem tanto aumentar quanto manter a saciedade por um período mais prolongado”, explica.
Bianca também lembra que os integrais podem ser aliados importantes na alimentação de pessoas em busca de redução de peso mesmo que, na prática, o número de calorias de um produto do tipo não seja muito diferente se comparado a um alimento industrializado/refinado convencional: “Uma das estratégias no tratamento do controle do peso é aumentar o consumo de fibras antes das principais refeições. Neste sentido, os alimentos integrais são um excelente aliado, principalmente por ocuparem um espaço maior no estômago, incentivando o consumo dos alimentos em menor quantidade. Além disso, são ótimos prebióticos – alimentam bactérias boas do intestino, que facilitam a digestão – e aumentam a saciedade”, conta a nutróloga.
Adaptações
Embora as novas regras tenham surgido para ajudar a padronizar e facilitar a identificação destes produtos pelos clientes, algumas companhias do ramo já vinham trabalhando mediante padrões de qualidade e de identificação próprios. Este é o caso da paranaense Vitao, uma das empresas pioneiras no País na produção e comercialização de alimentos saudáveis e integrais.
A engenheira de alimentos da VITAO, Gisele Kirchbaner Contini, conta que a padronização imposta pela Anvisa é bem-vinda e ajuda a consolidar uma tendência mercadológica que só tem crescido: “As pessoas têm buscado se alimentar de forma mais saudável. Estamos, como sociedade, cada vez mais conscientes dos benefícios oferecidos por produtos alimentares de boa procedência, feitos com ingredientes de qualidade e que contribuam para nossa saúde. A determinação da Anvisa vem para nos ajudar a separar as empresas e fornecedores que realmente oferecem itens integrais, daqueles que confundiam seus clientes e vendiam produtos que, na prática, não podiam se encaixar na categoria. Quem ganha é o consumidor”, afirma Gisele.
De acordo com a Anvisa, a descrição dos alimentos integrais deve estar expressa de forma clara nas embalagens, incluindo a porcentagem dos ingredientes da categoria presentes nos produtos. A nova regra está valendo.