Cada vez mais os brasileiros têm buscado o Minoxidil, medicamento utilizado para estimular crescimento de cabelo.

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Dados do Ministério da Economia apontam um crescimento na importação do remédio de 30,7% no último ano. Em 2021, foram importados US$ 3,4 milhões, enquanto em 2020 foram US$ 2,6 milhões.

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Observando os pacientes que atende diariamente, a dermatologista Fabiane Brenner, coordenadora do Departamento de Cabelos da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), percebeu que a maior procura pelo medicamento está relacionada à queda de cabelo provocada pela Covid-19. “As pessoas estão mais alertas sobre esse problema, facilitando a ida ao consultório”, relata.

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No entanto, a dermatologista pontua que nesses casos o Minoxidil não é efetivo, já que esse sintoma da infecção pelo coronavírus é um problema temporário. Veja, abaixo, como esse medicamento funciona e em quais casos ele deve ser utilizado.

O que é Minoxidil?

A dermatologista conta que o Minoxidil surgiu como um remédio para tratar a hipertensão na década de 1960. “Os primeiros estudos demonstraram que os pacientes melhoravam a pressão, mas também ganhavam fios novos, cabelo e pelos no corpo”, afirma.

Só que a preocupação com o impacto na pressão arterial levaram os cientistas a desenvolver uma versão em loção, para ser aplicada diretamente no local afetado. “Nos últimos cinco anos, diversos estudos pontuais foram realizados com a versão oral e mostraram que, em doses mais baixas, ela não causou muitos efeitos colaterais. Então tem sido prescrito para pacientes individualizados”, arremata Brenner.

A tricologista Simone Neri, que atende em Osasco (SP), afirma que o Minoxidil oral normalmente é indicado para casos mais avançados. “Como anti-hipertensivo, ele é utilizado numa concentração de até 10 miligramas. Para cabelos, a gente costuma usar de 0,5 até 2,5 miligramas por dia, com segurança”, informa.

A versão tópica pode ser comprada em qualquer farmácia. Já a oral, apenas em drogarias manipuladoras.

Como o Minoxidil funciona e para quem é indicado

Neri explica que o remédio age aumentando a circulação local, o que provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos, melhorando o aporte de nutrientes dentro do folículo piloso –o local da pele responsável pela produção e crescimento dos fios.

Além disso, ele aumenta o tempo de crescimento do cabelo. Veja: em uma pessoa sem problemas de queda, cada fio se mantém crescendo por mais ou menos seis anos, até chegar na fase em que cai e é substituído por um novo. Isso acontece durante toda a vida.

“O problema de quem tem calvície, também chamada de alopecia androgenética, é que esse ciclo é mais curto e os novos fios vão afinando. O que o Minoxidil faz é estender esse tempo”, complementa Brenner.

Além da calvície, o Minoxidil pode ser usado para tratar outros tipos de alopecia, tanto em homens quanto em mulheres.

Quais são os efeitos colaterais

Quem utiliza o Minoxidil oral precisa estar ciente que ele vai induzir a produção de pelos no corpo inteiro, não apenas na área afetada pela alopecia.

“Ele também pode levar ao surgimento de inchaço no rosto e membros inferiores e superiores. Por isso não recomendamos a automedicação, o paciente precisa do acompanhamento médico”, alerta Neri. A tricologista informa que, quando isso acontece, o uso tem que ser interrompido.

Já a versão tópica é capaz de causar quadros leves de coceira e irritação.

Pode ser usado na barba?

Dá para aplicar a versão tópica na região da barba e das sobrancelhas para estimular os fios a nascerem mais grossos. Contudo, é importante saber que o Minoxidil não provoca o crescimento de pelos onde não há folículos pilosos.

“Em pacientes que têm a barba ralinha, ele pode até engrossar os fios, mas não é como se fosse um transplante”, esclarece Neri.

Quais os cuidados necessários no uso

Além de ficar de olho nos efeitos colaterais, os portadores de alopecia androgenética precisam necessariamente utilizá-lo associado a bloqueadores de hormônios: Finasterida ou Dutasterida.

“Eles vão diminuir a conversão da testosterona no folículo piloso. Isso vai impedir que aconteça o afinamento e a queda do cabelo”, justifica a tricologista.

As especialistas ouvidas pela reportagem reiteram que esse medicamento não deve ser usado por conta própria. É necessário acompanhamento de um profissional para saber é possível resolver seu problema com esse tratamento e qual a dosagem correta.

Quais são as contraindicações

De acordo com Brenner, o Minoxidil não deve ser consumido por gestantes, crianças e portadores de problemas renais, cardíacos e hepáticos. “Pessoas com pressão muito baixa também necessitam evitar porque ele é capaz de causar hipotensão e desmaio. Há até a possibilidade de morte súbita”, finaliza a dermatologista.