Higienizar as compras do mercado, descartar embalagens de delivery, limpar encomendas dos Correios, passar álcool na sola dos sapatos, tirar as roupas ao entrar em casa e ir direto para o banho. Esses foram costumes comuns para algumas pessoas durante a pandemia da covid-19 e foram consideradas formas de evitar a contaminação com o vírus. Porém, depois de quase dois anos do surgimento da doença, esses cuidados ainda são válidos?

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Segundo o médico infectologista Jaime Rocha, professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e ex-vice-presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, no início da pandemia, alguns cuidados acabaram sendo exagerados. “Com relação a sapatos e outras coisas, nós aprendemos ao longo do tempo. Hoje o cuidado com mãos, máscaras e superfícies continuam valendo, mas sem qualquer estresse, mania ou comportamento compulsivo obsessivo”, explica.

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Quanto à higienização de mercadorias, sejam elas encomendas, delivery ou itens de supermercado, ela pode ser útil para a prevenção contra outras bactérias ou vírus, mas não especificamente contra o coronavírus. “O vírus da Covid-19 sobrevive muito pouco tempo em uma superfície seca. Mas esses cuidados são úteis para outras doenças que podem ser transmitidas por contato”, revela.

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Já a limpeza de superfícies compartilhadas, como é o caso de aparelhos de academia, por exemplo, ainda é recomendada, segundo o médico. “Nós acreditamos que a pessoa pode ter suado naquele ambiente, pode ter tossido e, assim, caído gotículas. Havendo gotículas de umidade, qualquer vírus poderia sobreviver mais tempo, então uma limpeza simples e higienização são bem-vindas”.

O cuidado com os sapatos antes de entrar em casa, de acordo com Jaime, está mais relacionado ao cuidado com a higiene do ambiente e o que pode vir para dentro da casa por meio da sola dos calçados. “Tem mais relação com aquilo que nós pisamos, sujidades como material fecal, por exemplo, e sujeiras que podemos trazer para casa, e não necessariamente com a Covid-19. É um hábito saudável que pode ser mantido”, destaca.

Por fim, o médico indica que o cuidado com as mãos segue sendo essencial, sempre associado ao uso correto de máscaras e monitoramento de qualquer sintoma. “Os cuidados são os mesmos: distanciamento, uso de máscara e, em qualquer sinal de sintoma respiratório, deve ser testado e se manter afastado até ter certeza do diagnóstico”.

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