Vida nova

Curitibana retira tumor de quase 35 kgs das pernas, após 19 anos de espera

Karina Rodini depois da operação. Foto: Hospital Marcelino Champagnat / divulgação.

Planos. Talvez essa seja a palavra que melhor define o atual momento da jovem Karina Rodini, que passou por uma cirurgia delicada e não convencional para retirada de um tumor de 35 kg das pernas. Caminhar, subir escadas, comprar uma roupa e ir à praia são os principais planos que começaram a ser feitos ainda na UTI do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, quando se recuperava da cirurgia de 11 horas que retirou 80% do tumor que a deixava com pouca mobilidade e a obrigava comprar roupas sob medida.

A neurofibromatose, doença responsável por esses tumores gigantes, foi descoberta antes dos dois anos de idade. Manchinhas no corpo, que ela costumava chamar de “café com leite”, já chamavam a atenção da família. “Quando eu era criança, as manchas começaram a ficar elevadas, mas o médico dizia que não podia fazer nada.

LEIA TAMBÉM:

>> Brasileiro é o 1º infectado com covid-19 a receber pílula da Pfizer. Veja a reação!

>> Abelhas atacam 18 banhistas em Matinhos, no litoral do Paraná

Na adolescência, a situação se agravou. Com 12 anos fiz uma cirurgia para retirada de um cisto de oito quilos no ovário. Aos 15, as manchas voltaram a ficar maiores”, conta Karina, que chegou a fazer dez cirurgias de grande porte e várias pequenas entre os anos de 2012 e 2018.

Em 2019, começou uma “vaquinha virtual” para conseguir financiar viagens em busca de tratamento. Com pesquisas pela internet, descobriu o médico norte-americano Mckay McKinnon, especialista na retirada de grandes tumores. “A minha esperança pela cirurgia sempre foi maior do que qualquer medo. A necessidade de voltar a ter qualidade de vida me fez fazer vaquinhas, expor meu problema nas redes sociais e, graças a muitas pessoas, eu consegui”, desabafa a curitibana.

Esforço e dedicação

No último ano, Karina passou por tratamentos com remédios via oral, mas foi quando conheceu o cirurgião plástico Alfredo Duarte que passou a ter mais esperança de melhora. É ele o responsável pelo caso de Karina atualmente e quem passou a fazer todos os contatos com o médico norte-americano para acertar os detalhes técnicos da cirurgia. “Dr. McKay tem experiência na retirada desse tipo de tumor que envolve muitos tecidos, em uma área muito vascularizada. É a primeira vez que se realiza uma cirurgia desse porte no Brasil; na literatura, encontramos muitas linhas contrárias pelo risco ao paciente. Mas conseguimos retirar 80% do tumor em volta da raiz, na medula espinhal, e a experiência americana indica que nessa área não irá nascer outro tumor. Foi um grande aprendizado”, conta Duarte.

“Nós não entendemos todo o mecanismo, mas meu conceito é que podemos cortar a conexão entre o sistema nervoso central e o tumor, fazendo com que o crescimento potencial possa parar”, explica o norte-americano. A cirurgia demandou um centro cirúrgico com tecnologia de ponta e uma equipe formada pelos mais diversos profissionais, grande parte do corpo clínico do Hospital Marcelino Champagnat. “Além dos equipamentos de ponta, cirurgias como essa são sempre um desafio em relação à anestesia, principalmente pelo longo tempo de duração, que aumenta os riscos de complicações pelo comprometimento das funções de alguns órgãos considerados essenciais. Acredito que o controle do sangramento e a reposição dos componentes sanguíneos foram essenciais para o resultado positivo obtido. Isso junto ao bom funcionamento do rim e à manutenção da temperatura corpórea”, explica o anestesista Clóvis Corso. O procedimento contou com cirurgião plástico, geneticista, dermatologista, cardiologista, ortopedista e oftalmologista.

McKay atua desde 1985 como cirurgião plástico em Chicago, mas já viajou o mundo, em países como Vietnã, atuando com equipes diferentes em novos procedimentos de tratamento de doenças raras. “Eu tento gerar uma determinação sobre o potencial da equipe antes de iniciar a cirurgia. Em geral, esse tipo de cirurgia é muito difícil e precisamos ter uma comunicação precisa. E, quando não falamos a mesma língua, é fundamental esse esforço porque o retorno do investimento em ajudar essas pessoas é bem grande, por isso não importa se é difícil. No caso da Karina, ela é jovem, relativamente saudável e, mesmo que tenha o tumor, tem uma grande chance de ter uma vida normal”, ressalta McKay.

Moema tenta convencer Rudá a ficar no Brasil
Mania de Você

Moema tenta convencer Rudá a ficar no Brasil

Clarice sente dor de cabeça
Garota do Momento

Clarice sente dor de cabeça

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna