Nos últimos anos houve um grande avanço dos procedimentos estéticos visando soluções para beleza e bem-estar. Em contrapartida podemos observar cada vez mais os serviços sendo oferecidos em locais não especializados. Atraídos somente por preços mais baixos, muitos homens e mulheres acabam optando por realizar tratamentos estéticos, em especial no rosto, em estabelecimentos sem a qualificação profissional necessária para segurança e bons resultados.
Preenchimentos e aplicações de toxina botulínica feitos por não médicos, como dentistas e esteticistas, são exemplos de procedimentos que levam grande risco a quem se submete. Existem vários conhecidos casos de complicações.
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A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apresentou uma média de 270 processos por ano, desde 2017, contra a realização de procedimentos estéticos invasivos feitos por não médicos. O Paraná ocupa o 4º lugar, com 87 representações, atrás de São Paulo (233), Minas Gerais (119) e Rio de Janeiro (106).
Em recente artigo científico, publicado em janeiro de 2022, os dermatologistas Mayra Ianhez e Hélio Miot destacam os fatores que aumentam os riscos em procedimentos de preenchimento. “Há um crescimento de profissionais não médicos realizando preenchimentos faciais. Há um aumento do volume injetado por sessão, novas classes de produtos, repetição de procedimentos no mesmo local. Todos esses fatores influenciam o aumento das complicações”, afirma.
Capacitação
Segundo o médico dermatologista do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), Lincoln Fabricio é fundamental um notório conhecimento sobre pele, tecidos e anatomia para ser responsável por preenchimentos faciais e demais tecnologias da cosmiatria.
“Quem fala que é um procedimento simples está sendo desonesto com o cliente. Pode ser simples para o profissional médico capacitado a realizá-lo, mas não é qualquer um que tem o conhecimento necessário para fazê-lo.
Até quando é o especialista que está atuando podem acontecer intercorrências, e aí será o médico que terá capacidade para agir a fim de garantir a integridade do paciente”, explica Fabricio.
Tais procedimentos devem ser desempenhados por um cirurgião plástico ou dermatologista com formação. Para a adequada capacitação, após os seis anos de medicina, o dermatologista cumpre três anos de residência médica.
No serviço universitário de Dermatologia do Hospital Evangélico Mackenzie, os residentes atendem uma média de 2500 pacientes por mês, com centenas de procedimentos ambulatoriais pelo SUS.
Segundo o chefe do serviço, o dermatologista Anber Tanaka, a falta de capacitação pode custar caro para o cliente. “Deformações, necroses, cicatrizes e infecções estão entre as complicações que podem surgir em um procedimento feito em local impróprio e por profissional não habilitado. Em muitos casos os danos podem ser irreversíveis’, alerta o médico.
Nova Unidade
A partir do dia 21 de fevereiro começa a funcionar a nova Unidade de Dermatologia e Cosmiatria Mackenzie, na rua Princesa Izabel, ao lado da ala pediátrica do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM).
Uma unidade que atende particular e convênios, com uma equipe profissional especializada nas diversas áreas da dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica, com soluções em saúde, beleza e bem-estar.
São ofertados diversos tratamentos e procedimentos médicos e estéticos, como exérese (retirada de tumores), subcisão, aplicação de toxina botulínica (botox), Luz Intensa Pulsada (retirada de manchas), lasers, peelings, roller facial, preenchimentos, MMP (microinfusão de medicamentos na pele), fototerapia entre outros.
Equipamentos e corpo clínico
Segundo Dr. Tanaka, a nova unidade oferece o que existe de melhor em dermatologia. ‘São especialistas renomados, para atender a população, tanto em situações estéticas como clínicas também. O Mackenzie adquiriu modernos aparelhos, como os de fototerapia, que auxiliam em diversos tratamentos dermatológicos”, afirma o especialista.
O serviço conta com 25 médicos preceptores e 21 residentes. “Uma excelente opção para quem deseja aliar procedimentos seguros por valores justos”, completa Tanaka.
“É a realização de um sonho inaugurar esse espaço. Levar para o público de convênios e particular o atendimento universitário, como nos países mais desenvolvidos do mundo, onde o serviço universitário é referência de prestação de serviços à comunidade e de apoio científico”, ressalta dr. Lincoln Fabrício.