Maternidade e saúde

Alimentação na gravidez, pós-parto e amamentação: Saiba o que é mito ou verdade

É recomendada a ingestão de frutas, verduras, proteínas, e alimentos do prato base brasileiro: o arroz e feijão. Foto: Freepik/gpointstudio

Grávida deve comer dobrado, não pode comer comida japonesa, não pode tomar café, nem canela; canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite materno. Após a descoberta da gravidez, muitos podem ser os mitos ditos pelas pessoas ao redor da gestante que desejam seu bem, porém podem mais atrapalhar do que ajudar a nova mãe.

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A engenheira civil Andrieli, de 30 anos, lembra que ao descobrir a gravidez de Ana Luiza, hoje com 6 meses de idade, ouviu diversos mitos. O maior sem dúvida foi: “Você está grávida e agora tem que comer por dois.” Sabemos hoje, por exemplo, que uma gestante não deve comer “por dois”, ou seja, aumentar a quantidade de alimentos ingeridos no dia. Pelo contrário, além de priorizar a qualidade nutricional dos alimentos, a mulher deve buscar manter uma dieta equilibrada.

A nutricionista materno infantil Mariana Mochnaz, que foi palestrante na Feira Cute Cute, que aconteceu em Curitiba no início deste mês, orienta que as gestantes, de um modo geral, sigam um padrão de alimentação saudável, incluindo todos os grupos alimentares, com a ingestão de frutas, verduras, proteínas, assim como alimentos do prato base brasileiro: o arroz e feijão. “Diferente do mito, desde a primeira consulta com a obstetra, as recomendações foram para uma dieta nutritiva, rica em proteínas e sem abusos, evitando a ingestão de ultra processados. Ter descoberto que me alimentar bem deve ser em qualidade e não em quantidade foi sem dúvida o maior mito que derrubei”, conta a engenheira.

Por isso, para evitar qualquer desencontro de informações, é importante que a gestante busque o acompanhamento nutricional. Através dele, o profissional poderá estabelecer uma alimentação saudável, suprir as vitaminas deficientes e minimizar possíveis riscos do período gestacional, de forma individualizada, além de responder todas as dúvidas que aparecerem pelo caminho.

Mitos

Por conta dos mitos, existem alguns alimentos que se tornaram vilões da gravidez e são repudiados pelas gestantes. Porém, nem sempre tem malefícios comprovados.

Mariana brinca que se a ingestão de canela fosse proibida, não nasceriam bebês na Índia, pelo alto consumo do país. A nutricionista orienta que a gestante faça o uso de canela – como na maçã ou banana quente, sempre de forma equilibrada, a evitando apenas em maior concentração do extrato, como nos chás.

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E peixes crus, pode comer? O sushi, típico da culinária japonesa que muitas mulheres são adeptas, é permitido na gestação. Porém, por ser um alimento preparado por manipulação humana, erros podem existir. Por isso é imprescindível que a mulher conheça o local de preparo do alimento, tenha segurança da procedência e que não haja contaminação pelos utensílios de corte utilizados no preparo. “Sempre destacamos que se a gestante tem risco de toxoplasmose, comprovado por exame, evite consumi-lo”, alerta Mariana.

Por insistência de sua mãe, Andrieli conta que após a descoberta da gestação, passou a consumir de forma mais frequente carne vermelha e fígado bovino. Mas a nutricionista Mariana Mochnaz esclarece que com a suplementação adequada, existem formas alternativas de suprir os nutrientes desse alimento, principalmente para as gestantes adeptas ao veganismo e vegetarianismo.

Nenhuma taça de vinho é permitida?

Não, durante a gravidez não é permitido. Na gestação o álcool circula no organismo da mulher por mais tempo, podendo ficar de duas a três horas em contato com o bebê. A gestação é a fase de formação e desenvolvimento neurológico da criança. E, segundo a nutricionista, não existe nenhum estudo que mostre alguma dose de álcool segura para evitar prejuízos à formação do bebê. “Dá para brindar com água, sem problema nenhum”, brinca ela.

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Além de evitar a ingestão de álcool durante a gestação, também é contraindicada durante o período de amamentação, ainda que persista o mito, inverídico, de que cerveja preta aumente a produção do leite. “O álcool pode passar para o bebê, via leite materno, e inexiste qualquer embasamento científico de que a cerveja preta aumente a produção do leite”, conta Mariana.

E se mesmo assim a gestante desejar ingerir alguma bebida alcoólica? Nesses casos, pode ser aceitável que consuma, em pouquíssima quantidade e frequência, as bebidas zero álcool. Apesar de não serem isentas totalmente do álcool – considerando o processo de fermentação, a dosagem será bem baixa.

Conselho de mãe que dá certo

Diferente dos mitos, uma das verdades que é passada entre as gerações e deve ser levada em consideração pelas gestantes, principalmente após o parto é quanto às sopas.

No período do pós-parto, o organismo da mãe está passando por um novo processo, de retornar ao que era, enfrentando até mesmo a cicatrização. Por isso, a sopa é um alimento nutritivo, leve, que hidrata e que não sobrecarrega o organismo da mulher. “Além disso, o caldo da sopa favorece a amamentação. Então, aquela sopinha de vó, principalmente logo depois do parto para fortalecer a mulher, tem sim um fundo de verdade”, destaca a nutricionista Mariana.

Logo após o parto, a gestante pode voltar a consumir tudo?

“Tratei a recomendação alimentar para a gravidez com tranquilidade e evitei abusos. Já no pós-parto, o cenário mudou completamente. Recebi muitas e diferentes recomendações que me deixaram confusa sobre o que comer, considerando que tudo que eu consumisse teria interferência na produção de leite e até na saúde da bebê”, desabafa Andrieli.

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Mariana orienta que nos primeiros quinze dias após o parto, a mulher busque uma alimentação anti-inflamatória para ajudar o próprio corpo a diminuir qualquer risco de inflamação durante sua recuperação, principalmente se passou por uma cesárea. Para isso, ela indica que sejam evitados os alimentos industrializados, embutidos, frituras, excesso de açúcar e farinha, e dado preferência para os alimentos integrais, verduras, frutas, principalmente as antioxidantes, como vermelhas e cítricas.

Durante a amamentação, é indicado que a mulher siga uma alimentação saudável, da mesma forma que fazia na gestação, visto que tudo o que for consumido passará para o bebê, via leite materno. Além disso, embora deva ter uma alimentação bem balanceada, não deve ser restritiva, porque a falta de nutrientes pode impactar diretamente na produção do leite.

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