Baleado, Zenildo morreu
na frente da casa da irmã.

Quando voltava para casa, acompanhado da mulher e dois filhos, o zelador Zenildo Braga dos Santos foi assassinado com três tiros no peito, por dois homens que queriam levar o revólver calibre 32 que a vítima portava. O crime ocorreu às 21h de domingo, na Rua Zacharias Lemos, no Jardim Iguatemi, Araucária. Horas depois, a Polícia Civil de Araucária identificou um dos autores, Eduardo Alves Sena, mais conhecido como “Mortalha”, 30 anos.

Zenildo saiu da casa de um amigo, situada no mesmo bairro, com a mulher e os dois filhos, um de quase três anos e o outro um bebê que estava no colo da mãe. Eles caminhavam tranqüilamente, vindos da Rua Aristides Ferreira, quando os dois homens se aproximaram, sendo que um deles estava de bicicleta. De acordo com o relato da mulher, os desconhecidos e seu marido se cumprimentaram com um “opa”. Na seqüência, Zenildo percebeu que algo estava para acontecer. “Ele me afastou para trás e me deu a mão da criança”, relatou a mulher.

Assim que largou a mão da filha maior, um dos criminosos, descrito como alto, encorpado e vestido todo de preto, agarrou Zenildo pelo colarinho e indagou: “E aí, meu chapa! O que tem na cinta?”. O zelador estava armado com um revólver calibre 32, mas não teve tempo para responder ou sacar a arma, que carregava na cintura. Enquanto ele recebia os balaços no peito, a mulher corria com as crianças. Ela ainda viu o assassino atirando para o alto.

Gravemente ferido, Zenildo se dirigiu para a casa da irmã, nas proximidades. Sem forças e desesperado, ele bateu com o peito encharcado de sangue na porta, pedindo socorro. Mas o esforço foi em vão, ele caiu ao lado da casa. Assim que a irmã abriu a porta, viu as marcas de sangue ali deixadas.

A arma que Zenildo carregava caiu durante a fuga. O revólver não foi levado pelos criminosos e ficou na rua, sendo recolhido pelos soldados Silva e Juliano, do 17.º Batalhão da Polícia Militar.

Suspeito já identificado

As investigações do assassinato do zelador Zenildo Braga dos Santos, 23 anos, ocorrido no domingo, foram a “chave” para que policiais da Delegacia de Araucária elucidassem outro crime ocorrido na cidade, na semana anterior. A informação é do delegado Jairo Estorílio, da delegacia de Araucária. Ele informou que Eduardo Alves Sena (foto), 30 anos, conhecido como “Mortalha”, reconhecido como um dos assassinos do zealdor, também está envolvido numa troca de tiros entre marginais e policiais militares, ocorrida no último 29 de fevereiro. O confronto resultou na morte de Eronito Santos Negreiros, 26, e em ferimentos no soldado Vanderlei, do 17.º Batalhão.

O superintendente Edson de Andrade Vieira disse que Eduardo já esteve preso na delegacia por furto. Por este motivo há registros nos álbuns, o que possibilitou a identificação dele. “Após a morte do Zenildo, mostramos álbuns de fotografias para as testemunhas do crime, que reconheceram “Mortalha?, como sendo o sujeito que estava de bicicleta. Depois, repassamos a fotografia para a Polícia Militar para que pudesse nos auxiliar e acabamos apurando que o “Mortalha? estava envolvido no outro crime também”, explicou o superintendente.

O delegado informou que a Justiça já decretou a prisão de “Mortalha”. “Assim que ele for preso saberemos o que motivou a morte do zelador. Para nós o crime ainda não está caracterizado como latrocínio, pois a arma ficou no local. Ainda é cedo para falar sobre o motivo”, informou. Jairo adiantou que encaminhou o revólver calibre 32, de Zenildo para ser examinado no Instituto de Criminalística. Ele disse que as investigações continuam, no sentido de apurar quem era o outro homem que participou do homicídio e do confronto com a Polícia Militar.

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