"Fazem 8 anos que estão tentando armar isso para cima de mim. Não tenho nada a ver com com o quê estão me acusando." Essa foi a declaração de Elizabetha Catarina Franz Zanella, 51 anos, após ser libertada ontem à noite da carceragem feminina do 9.º Distrito Policial, em Santa Quitéria. Ela e seus irmãos, Paulo Eugênio Franz, 56, e João Carlos Franz, 48, são acusados de ter envolvimento com Ivanildo Sitorski, chefe de uma das maiores quadrilhas de roubos de carros e cargas do País.
Elizabetha, que tinha acabado de chegar em casa e de ser recebida por sua família, chorava muito quando conversou com a reportagem da Tribuna por telefone, ontem, e se declarou inocente. Ela diz que tudo não passa de uma armação, decorrente ainda da morte de seu filho, assassinado por policiais numa desastrosa ação, que ocorreu há oito anos em Santa Felicidade.
Elizabetha e João Carlos, que estava recolhido no Centro de Operações Especiais – Cope, conquistaram a liberdade provisória por força de um alvará, expedido ontem, às 18h, pela Vara de Inquéritos Policiais, a pedido do advogado Júlio Militão da Silva.
Prisão
Elizabetha e João Carlos foram presos na última sexta-feira, quando pacotes de cigarros roubados foram encontrados no comércio em que são sócios, provenientes do roubo de uma carga, tomada em assalto pela quadrilha de Sitorski.
O advogado, que apenas defende os irmãos soltos ontem, diz que, na versão de Elizabetha, foi Paulo quem deixou os pacotes de cigarros roubados na empresa, a Potiguara Comércio e Gêneros alimentícios Ltda. Paulo, segundo disse Militão, irá inocentar os irmãos, que nada têm a ver com o material roubado. Ele continua preso.