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O doleiro londrinense Alberto Youssef foi solto ontem, em Curitiba, após cumprir um sexto da pena de sete anos de reclusão em regime semi-aberto a que foi condenado pela 2.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, em 24 de junho de 2004.
Ele foi preso pela Polícia Federal em novembro de 2003, acusado pelo crime de sonegação fiscal de R$ 33 milhões em impostos e contribuições (conforme apuração realizada pela Receita Federal em Londrina), por crimes financeiros (consistentes em remessas ao exterior ou manutenção de divisas no exterior em nome de sua cunhada, Cristina Fernandes da Silva), bem como por associação para a prática de tais crimes. Não faziam parte da ação penal as remessas fraudulentas ao exterior efetuadas pelo doleiro através do Banco do Estado do Paraná S/A (Banestado).
Youssef estava preso no Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). A autorização para que ele passasse do regime semi-aberto para o aberto foi dada no dia 11 deste mês, pelo juiz titular da 2.ª Vara de Execuções Penais da capital, Carlos Henrique Licheski Klein. O magistrado explicou que, em sua decisão, não houve juízo de valor sobre o mérito da questão. "Como prevê a lei, por ter cumprido um sexto de pena e ter tido bom comportamento, ele teve a progressão de regime", explicou, lembrando que essa é uma via de duas mãos e, se Youssef tiver novo comportamento incorreto, poderá ter a regressão do sistema e voltar a ficar preso. Até completar o período de sete anos, o doleiro terá que se apresentar mensalmente no Patronato Penitenciário de Londrina – cidade onde mantém residência – assim como prestar duzentas horas de serviços à comunidade.
Sozinho
Por volta de 15h30 de ontem, o doleiro foi levado por agentes penitenciários do COT à 2.ª Vara de Execuções Penais, onde recebeu orientações sobre o regime aberto de um escrivão, além de conversar com um orientador social. Ainda cumprindo a seqüência legal dos fatos para sua libertação, Youssef retornou ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (COT), de onde saiu por volta de 17h.
Vestindo camisa rosa e calça jeans, o doleiro já estava sozinho, sem a companhia de policiais nem mesmo de parentes. Ele se negou a conversar com a imprensa, limitando-se apenas a sorrir. Andou tranqüilamente cerca de 100 metros, atravessou a Avenida Anita Garibaldi e entrou num táxi, que o levou novamente ao Cope. Segundo o delegado Marcus Vinícius Michelotto, do Cope, por volta de 17h30, Youssef retornou ao centro da Polícia Civil para apanhar suas roupas e demais pertences. Depois disso, Youssef viajaria a Londrina.