Os vizinhos da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) estão incomodados com a quantidade de carros no local e com medo das doenças que o acúmulo de materiais possa trazer. Os veículos apreendidos em operações policiais estavam em um terreno em frente à delegacia, que foi liberado para a construção do Hospital da Beneficência Árabe, e iriam para São José dos Pinhais. Mas, lá os moradores conseguiram uma interdição judicial e os carros estão sendo transportados para o pátio da DFRV.

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Laureci Gassner Funo, síndica de um prédio atrás da delegacia, disse que há pouco mais de um mês foi feita limpeza no local. “Todo mundo tinha ficado feliz da vida, achando que o problema estava resolvido de uma vez por todas, e agora estão voltando os carros”, disse. Além da poluição visual causada pela quantidade de veículos amontoados, ela reclama que os carros acumulam água, o que pode atrair o mosquito transmissor de dengue.

Revolta

Moradora há 29 anos no bairro, Antonia Aparecida de Souza, contou que convive com dois transtornos: o medo da fuga de detentos e a preocupação com os carros da DFRV. Ela afirmou que já reclamou várias vezes pela sujeira e os insetos que são atraídos com a grande quantidade de água empoçada nas carcaças.

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Outra vizinha da delegacia, Myrian do Carmo Ferreti de Nazareno, questiona que é cobrada para manter a casa sem focos de dengue, enquanto nada é feito com os veículos. “Fico até brava com os agentes de saúde, porque nos chamam a atenção para qualquer pires com água na nossa casa, enquanto os veículos ficam ali por anos acumulando água da chuva”.

Problema

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A DFRV recebe em média 12 veículos por dia. Destes, dois ou três ficam por lá, por serem carros queimados ou que a seguradora demora para retirar . Até que os veículos sejam liberados pela Justiça, devem ficar armazenados em algum espaço. O barracão que era reservado para eles, em São José dos Pinhais, não poderá mais abrigá-los, pois foi interditado pela Justiça após a reclamação dos moradores da região. Atualmente, estão na DFRV cerca de 190 carros e, do terreno onde será construído o hospital, devem ser levados mais 70.

De acordo com a Polícia Civil, comissão composta pela Secretaria da Segurança Pública (Sesp), Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) e Procuradoria Geral do Estado foi formada para resolver o problema dos veículos. O grupo destinou cerca de 800 carros para leilão, no começo do mês passado. Eles foram detonados pela empresa que os arrematou e transformados em materiais como pó de ferro, arame e pregos. Conforme a Polícia Civil, essa comissão está à procura de outro terreno para levar todos os veículos que estão na DFRV.