Vingança feminina

Vítimas do ‘socorrista malandro’ contam como caíram em golpes

Mulheres que foram vítimas do falso socorrista do Samu comemoraram a prisão de Rodrigo José Luiz, 28 anos. O rapaz foi reconhecido por sete moças, na tarde de ontem, na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). Ele conhecia as vítimas em salas de bate-papo na internet e as ludibriava para ter acesso às casas delas, onde furtava objetos e cartões de banco.

A primeira moça a ser enganada por Rodrigo não se envolveu emocionalmente com ele. Ela contou que o conheceu em janeiro de 2012, como Felipe Moraes. “Ele disse que era enfermeiro em um hospital militar e que poderia entregar meu currículo para me ajudar”, relatou. O homem passou na casa dela com essa justificativa. “Depois que ele foi embora percebi que tinha levado meu notebook, celular e óculos de sol”, lamentou.

Uma amiga da primeira vítima também foi ludibriada por Rodrigo, mas dessa vez ele a seduziu. “Tínhamos uma amiga em comum no Facebook que estava em depressão e ele falou para nos encontramos para pensar em uma forma de ajudá-la”, contou. Ele foi até a casa dela e, depois das 18h, disse que o quartel tinha fechado e não teria onde dormir. Rodrigo acabou por ficar quatro dias. “De manhã, ele saía dizendo que ia trabalhar, ligava perguntando qual seria o cardápio do dia. Aí eu fui olhar o limite do meu cartão e ele viu a senha. No outro dia, ele foi embora e não atendeu mais o celular”, disse. O homem fez várias compras na conta da vítima.

Alívio

As histórias são parecidas. Para convencer as mulheres, Rodrigo carregava uma bolsa com equipamentos de socorrista. Ele apelava também para a comoção das mulheres. Para uma delas, disse que ia se matar, porque os pais tinham morrido em um acidente havia quatro meses e, mesmo sendo enfermeiro, não tinha conseguido salvá-los. Com isso, conseguiu convencê-la a lhe dar abrigo. “A sensação agora é de justiça e de alívio em saber que ele está preso e não vai poder fazer isso com outras pessoas”, desabafou a vítima.

Rodrigo foi preso no sábado. Segundo o delegado Marcelo Magalhães, da DFR, havia contra ele dois mandados de prisão por furto. O rapaz foi indiciado por uso de documento falso e furto qualificado. Para o delegado, Rodrigo confessou os furtos.

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