O número de ocorrências policiais nos parques de Curitiba aumentou 80% no último ano. Em 2006, foram registrados 86 casos contra 155 em 2007. As ocorrências se dividem em roubo, perturbação do sossego, abordagens e desordem. Esse salto pode estar relacionado ao aumento de circulação nos parques aos fins de semana devido a implantação da tarifa domingueira, que custa R$ 1.
Em Curitiba existem 12 grandes parques e o número de visitantes nos últimos anos vem aumentando, embora a Prefeitura não disponha de uma estatística para dimensionar. Observando os dados da Urbs sobre o número de passageiros que circulam aos domingos, ao menos pode-se ter uma idéia. Até 2004, 278 mil pessoas utilizavam o ônibus que faz a linha zoológico aos fins de semana, agora, depois da tarifa domingueira, são 400 mil pessoas.
Este aumento no número de visitantes pode estar relacionado ao aumento de ocorrências e interferências policiais nos parques. O número de roubos subiu de 39 para 48, o de perturbação do sossego de 11 para 39, de abordagens de 12 para 39 e de desordem de 24 para 29.
Mas o diretor da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos, faz uma avaliação positiva da segurança, diz que a maioria das ocorrências não oferecem risco à vida e acontecem de forma isolada. O número de roubos, por exemplo, se for dividido pelo número de grandes parques que são 12, daria 4 para cada unidade dentro de um ano. ?Os parques são seguros, a gente não vê homicídios e outras crimes contra a vida, existem apenas situações pontuais?, falou.
Ele orienta as pessoas que costumam caminhar ou passear nos parques para procurarem conhecer melhor o local e saber onde vão encontrar ajuda caso necessitem. Em todos os grandes parques da cidade existe uma unidade da Guarda Municipal e eles fazem o patrulhamento do lugar a pé ou de bicicleta, aumentando o raio de ação. Além de cuidar da segurança, os guardas também prestam informações, orientando à população. Em 2006 ,foram 81 solicitações e em 2007, 97. Também ajudam no encaminhamento de pessoas que passam mal para atendimento hospitalar. Em 2007, 35 pessoas pediram ajuda.
Moradores temem volta da violência com saída da 1.ª Companhia da Polícia Militar
Foto: Anderson Tozato |
Moradores da região gastaram R$ 200 mil para a construção do prédio. |
Os moradores da região da Praça Oswaldo Cruz, no centro de Curitiba, estão preocupados com a segurança.
A reforma da sede da 1.ª Companhia da Polícia Militar no Passeio Público ficou prontae o comando deve voltar para o local, deixando a sede da praça. Os moradores temem
que a região volte a ser palco de brigas de gangues e assaltos como ocorria anteriormente.
A comunidade se cansou do clima de violência instalado nos arredores da praça, principalmente aos domingos, quando as gangues batiam ponto para brigar. Eles recolheram cerca de três mil assinaturas pedindo a instalação de um módulo na praça.
Além disto, levantaram os recursos necessários para a construção: R$ 200 mil.
O equipamento ficou pronto em janeiro de 2007. O morador Calixto Lopes diz que, em conversas com o comando da Polícia Militar, havia sido acertado que o local abrigaria a sede da 1.ª Companhia.
Mas isso efetivamente nunca ocorreu. A companhia só foi para o local porque a sua sede no Passeio Público estava em reforma. ?Nunca houve nenhum tipo de inauguração?, reclama Calixto.
O tenente-coronel Milton Fadel Júnior diz que a companhia retornará mesmo ao seu lugar original, mas o espaço servirá como módulo policial e estará sempre ocupado. Também servirá de base para a movimentação do pelotão de motos e a região é constantemente percorrida por viaturas. A transferência deve ser feita no dia do aniversário da cidade de Curitiba, 29 de março. (EW)
População da capital sentiu pouco o crescimento
Foto: Ciciro Back |
Camila Scherner, 19 anos, contou que costuma ir ao Jardim Botânico, na capital, quase todos os dias. |
Camila Scherner, 19 anos, diz que costuma ir ao Jardim Botânico quase todos os dias durante seu horário de almoço. ?É um dos parques mais bonitos, venho aqui para descansar e refletir, nunca vi nenhum incidente em quatro anos?, comenta. Valdinei Borges, 27 anos, também tem a mesma opinião. ?Acho o local seguro?, afirma.
No Parque Bacacheri, os freqüentadores entrevistados também fizeram uma boa avaliação. Maria Martins, 39 anos, trabalha num apartamento próximo do local, e diz que costuma deixar os filhos de 13 e 6 anos brincando sozinhos. ?Há dois anos, eles freqüentam o local e nunca aconteceu nada. Me sinto segura, sempre tem o pessoal do quartel treinando aqui?, comenta.
No Parque Tingui, as opiniões foram divergentes. Dilvete Bernaski, 35 anos, diz que precisa passar pelo local para ir ao trabalho. Não se sente segura, algumas trilhas são desertas e ela fica com medo. Algumas vezes chega a desviar de grupos que encontra pelo caminho com medo de ser abordada. Ismael de Souza Oliveira costuma caminhar sempre no parque e diz que nunca sofreu nada, mas já viu pessoas com drogas. Ele acha que a guarda deveria conhecer melhor os freqüentadores e se aproximar mais da população. ?Se aparecer alguém estranho ele já sabe que precisa ficar de olho?, falou. Já Cláudia dos Santos, 31 anos, diz que usa o parque há cinco anos e nunca viu nada de anormal.
No Parque Náutico, no Boqueirão, a dona de uma lanchonete, Silvia Medeiros, diz que a situação é tranqüila. Só ano passado, a polícia deu uma batida no local e apreendeu pessoas que ficavam fazendo manobras arriscadas com motos e carros. (EW)