Almirante Tamandaré vêm batendo recordes de violência nas últimas semanas. Só no mês de junho, a reportagem da Tribuna registrou dez mortes violentas no município.
"Nesse mês, durante os meus plantões, atendi a pelo menos seis homicídios", contabilizou o soldado Kieras, do 17.º Batalhão da Polícia Militar.
A última dessas mortes ocorreu na noite de ontem, na Avenida São Jorge, bairro Parque São Jorge, por volta das 18h30, em frente ao Açougue Palingue.
O pedreiro Valmir Gomes do Nascimento, o "Nego", 40 anos, foi morto com um tiro na cabeça e outro no peito, logo que chegava com sua motoneta, a Yamaha placa AGM-4620, na frente do açougue, no mesmo bairro onde mora. Antônio Tankio, proprietário do estabelecimento, conta que atendia no balcão quando escutou o barulho da moto de Valmir, seu cliente há mais de sete anos.
Logo que escutou o barulho da moto, Antônio relatou ter ouvido um estampido, que pensou ser uma bombinha. Quando se deu conta que era um tiro, correu para dentro do estabelecimento, temendo tratar-se de um assalto. O cliente que ele atendia também abandonou as mercadorias e correu. Quando Antônio teve coragem de sair, viu Valmir caído no chão, ainda com vida. Antônio chamou outro comerciante da rua, que acionou a polícia e o Siate.
Ao chegarem ao local, os socorristas nada puderam fazer pela vida de Valmir.
Motivo
De acordo com Antônio, e com outros moradores locais, a vítima era bemquista. Terezinha, sua companheira há 12 anos, com quem tinha cinco filhos, também não imaginava o que poderia ter acontecido. Seu marido nunca reclamou que alguém o estivesse ameaçando.
"Há muito tempo, ele esfaqueou a ex-mulher e foi preso por isso. Mas ele já pagou pelo crime. Com certeza não tem nada a ver com isso", afirmou Terezinha. De acordo com o soldado Kieras, não é provável que o crime seja decorrente de assalto, pois nem a motoneta nem a carteira, com dinheiro e documentos, foram levados.
A polícia não tem pistas de quem possa ser o assassino, e o caso deve ser investigado pela delegacia local.
