Violência gera fila de corpos no IML de Curitiba

A situação no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba, que já é crítica pela precariedade na infra-estrutura e na falta de funcionários, ficou ainda pior no fim de semana. Entre às 11h20 de sexta-feira até o mesmo horário de ontem, 42 corpos foram levados para lá. Mesmo assim, membros do grupo de intervenção do IML, que assumiram a direção em fevereiro deste ano, garantem que a situação está normalizada.

Dos 42 cadáveres, 27 são de pessoas assassinadas na Grande Curitiba. Sete são de vítimas de acidentes de trânsito, uma pessoa morreu queimada, outra afogada e uma terceira foi vítima de queda. Por fim, outros cinco corpos não tiveram a causa da morte divulgada. Somente na madrugada de segunda-feira, 14 cadáveres deram entrada no IML, o que gerou fila de famílias, ontem, no pátio do instituto.

Precariedade

Antes de serem liberados, os corpos são submetidos a necropsia para confirmar a causa da morte. Segundo denúncias divulgadas ontem, no Paraná-Online, o exame é feito por apenas um auxiliar de necropsia, o que faz os trabalhos serem ainda mais demorados. De acordo com um dos membros do grupo de intervenção do IML, este problema já foi resolvido e, desde ontem, os auxiliares trabalham em dupla.

No sábado, uma viatura quebrou e outra estava em Piên, a 80 quilômetros de Curitiba, o que fez o corpo de um jovem ficar cinco horas jogado no asfalto. Ainda de acordo com os responsáveis pela intervenção, seis novas viaturas já foram compradas. Hoje, a licitação será aberta para que os veículos sejam modificados para recolher corpos. A promessa é que, em 40 dias, elas estejam em funcionamento.

Radiografia

Quanto à denúncia que os auxiliares de necropsia são obrigados a fazer os exames de raios-x nos cadáveres, responsáveis pela intervenção também disseram ser mentirosa. Eles afirmam que médicos radiologistas estão de plantão e que sempre vão ao IML quando são chamados. Por fim, a administração do órgão concluiu que é normal médicos legistas preencherem os relatórios com informações passadas pelos auxiliares. ?A situação está normalizada. Não houve qualquer problema com os 42 corpos que entraram aqui. Foram liberados normalmente?, garantiram.

Caligrafia problema

Outras denúncias de irregularidade no instituto chegaram, ontem, à redação do Paraná-Online. Um funcionário do Instituto de Criminalística, instalado ao lado do IML, contou que os relatórios preenchidos pelos médicos legistas são prejudicados pela caligrafia. No momento em que são digitados, o funcionário não entende a letra do médico e preenche o espaço com pontinhos. Os laudos incompletos são anexados aos processos, o que prejudica as investigações policiais. ?Esta é só a ponta do iceberg. Ainda há muita coisa errada dentro do IML?, diz o funcionário do IC.

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