Com as quatro mortes registradas no fim de semana, são 12 as pessoas assassinadas em saída de casas noturnas, em Curitiba, desde janeiro. A maioria começou com discussão banal, inflada pelo consumo de bebidas alcoólicas. Em apenas um caso o tráfico de drogas foi citado como possível motivação do crime.

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Para Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), uma das iniciativas da instituição será brigar por segurança nas proximidades das casas noturnas e blitze nos arredores dos estabelecimentos.

“Vamos solicitar um empenho maior da Polícia Militar, principalmente por patrulhamento na região central. Acreditamos que a prevenção é o melhor caminho”, afirmou.

Crimes

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Um dos casos aconteceu no Orleans, quando um Jhonatan Barbosa Lemes, 23 anos, foi morto no banheiro da danceteria Hermanns. O assassino esperou que ele se afastasse dos amigos para cometer o crime.

Os outros casos aconteceram nas imediações, geralmente por confusões iniciadas dentro de danceterias. Pedro Henrique de Lima discutiu com um segurança da danceteria Pulse, na Rua Nunes Machado.

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Tirado da boate, foi em casa pegou uma arma e acertou um tiro no funcionário da casa. Quando fugia do local, foi alcançado e ferido com três tiros disparados por um policial militar. Ele morreu no hospital.

Outras confusões aconteceram no John Bull, no Centro Cívico; no Planeta Ibizza, no Boqueirão; no Rancho Brasil, no Uberaba; e no Café da Madrugada, Mistura Brasil, no Dannys, no centro. No sábado, os crimes ocorreram em frente ao Crystal Palace Hall, centro, e ao Celebrare, no Bigorrilho.

Insegurança

Para muitas pessoas a diversão tem sido substituída pelo medo e a insegurança. Os frequentadores das casas noturnas de Curitiba já saem de casa sabendo que será necessário deixar o carro em um estacionamento pago, não por falta de vagas para estacionar nas ruas, mas principalmente para ter seu veículo danificado ou levado por ladrões. Mas pior é ter que ficar atento à violência dentro e nas imediações dos estabelecimentos.

Estatísticas

Marcelo Vellinho

Os 18 assassinatos ocorridos em Curitiba, no fim de semana, trazem preocupação às autoridades policiais. Com estes crimes – mais o homicídio de um homem na tarde de ontem no Riviera – a capital chega a 66 mortes somente em agosto, faltando ainda uma semana para o fim do mês. O índice já é maior que a média mensal de 65 mortes, registrada desde o início do ano.

Os bairros maios violentos do mês, até o momento, são Cidade Industrial (com 10 mortes), Uberaba (7), Sítio Cercado (6), Cajuru (4), Novo Mundo (4), Orleans (4) e Tatuquara (4). No ano, já são 534 vítimas da violência em Curitiba.

Assassino da Praça da Espanha esquece documento

Fernanda Deslandes e Janaina Monteiro

Átila Alberti

A Delegacia de Homicídios (DH) já sabe quem matou duas pessoas e deixou outras quatro feridas, na madrugada de sábado, em frente ao Celebrare Bar, na Praça da Espanha, Bigorrilho.

Três suspeitos foram intimados e deverão se apresentar hoje à polícia. O motivo do crime seria uma discussão banal por conta de uma provocação. Imagens do circuito externo de segurança do estabelecimento mostram quando dois grupos, cada um com cinco indivíduos, iniciam a pancadaria.

Um dos envolvidos caminha até um carro e volta com uma pistola calibre 9 milímetros. Ele dispara vária,s vezes e foge, acompanhado de dois comparsas, que não aparentavam estar armados. No caminho, o atirador deixou cair o documento de identidade, o que ajudou a polícia.

Bebedeira

Conforme divulgado pela delegada Aline Manzatto, a pancadaria começou porque rapazes saíram carregando um colega, bêbado, e eles acharam que o outro grupo estaria rindo dele.

Para Aline, a organização da casa noturna foi fundamental para a elucidação dos homicídios. “Eles tinham a identificação de todos que entraram, e sabiam quem acompanhava quem. Essa ajuda foi de suma importância para a investigação”, ressaltou.

Edson Luiz de Oliveira, 18 anos, morreu no local. Guilherme Henrique dos Santos Silva, 16, que usou a identidade de um amigo para entrar no bar, morreu a caminho do Hospital Evangélico.

Também foram baleados Vanessa de Paula Cassaro Torrini, 18, que recebeu alta na manhã de ontem, Luiz Augusto Pezenatto Berri, 15, Tiago Luiz Araújo, 18, e Celso Luiz Merlini Berri, 20, que foi atingido no peito e permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Cajuru.

Policial alega legítima defesa

Marcelo Vellinho

A polícia descobriu quem matou o açougueiro Pedro Henrique de Lima, 24 anos, retirado da Pulse, na Rua Nunes Machado, após se envolver numa confusão no estabelecimento.

Revoltado, ele buscou uma arma e voltou, atirando no segurança, que foi atingido no braço, sem gravidade. Durante os disparos, Pedro foi baleado por outra pessoa. Ele ainda foi socorrido pelo Siate, mas morreu horas depois, no Hospital Cajuru.

A Delegacia de Homicídios apurou que o autor dos disparos foi um policial militar, que já se apresentou e entregou a arma. Ele alegou legítima defesa de terceiros, já que Pedro estaria ameaçando atirar em outras pessoas. Com a identificação do atirador, o caso foi encaminhado ao 1.º Distrito Policial (centro).