Violência em casa contra a mulher é maior no Batel

Em Curitiba, o bairro Batel é campeão em ocorrências de violência sexual e outras agressões contra mulheres e crianças quando ela ocorre dentro de casa. Essa foi uma das conclusões da pesquisa realizada pelo Serviço de Combate à Violência Contra a Mulher, Criança e Adolescente de Curitiba. Já no âmbito geral, o bairro Cajuru foi o local que apresentou o maior número de casos. Os dados foram apresentados na última semana durante reunião da Associação dos Municípios da Região Metropolitana (Assomec), onde foi discutida a implantação do programa de combate à violência em outras cidades do Estado.

Na capital, foram registrados 372 casos de violência contra crianças e mulheres de setembro a dezembro de 2002, com uma média mensal de 80 crimes. Em 113 casos, as vítimas foram crianças abaixo de 12 anos. Entre as principais agressões está a violência sexual. Em 87,31%, os pequenos foram molestados por familiares e amigos. Já com pessoas acima desta idade, 56% dos crimes foram praticados por desconhecidos.

A pesquisa também mapeou o dia e horário em que a violência ocorre. Geralmente é aos domingos entre as 18h e 22h. Segundo o vice-diretor do Instituto Médico Legal (IML), Alexandre Gebran Neto, o bairro Batel surpreendeu pelo número de casos que ocorrem dentro de casa. São 2,3% do total. Já os bairros menos violentos são Santa Felicidade, Guabirotuba e Mercês, com 1,3% dos casos. Geralmente os crimes envolvem bebida alcóolica.

De modo geral, o bairro Cajuru é o mais violento com 9,1% , seguido do Boqueirão com 9,12%, Cidade Industrial, com 7,8% e Sítio Cercado com 6,5%.

Na Região Metropolitana, o bairro Alto Maracanã, em Colombo, e, Vila Iná, em São José dos Pinhais são os campeões. Gebran diz que em São José geralmente são assaltos seguidos de estupro e em alguns casos mortes.

Atendimento

Alexandre explica que os dados serão entregues às autoridades competentes para que sejam tomadas providências para tentar reduzir esses números. Ele diz que o programa realizado em Curitiba, humanizando o atendimento às mulheres e crianças vítimas de violência, principalmente a sexual, é considerado um dos melhores do País.

A porta de entrada são hospitais que prestam atendimento psicológico e fazem a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Os exames que dectam as lesões são realizados no próprio hospital. Um dado positivo, é que em 81,06% dos casos as mulheres procuram ajuda até o terceiro dia após as agressões, o que facilita a prevenção de doenças e a obtenção de provas.

Segundo Gebran, além da Região Metropolitana, o programa está em fase estudos em Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Paranaguá, Londrina e Maringá. O mapeamento da violência em Curitiba foi realizado com ajuda do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

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