Cerca de 350 mulheres por mês procuram a Delegacia da Mulher para registrar queixas. A delegada Darli Rafael, titular da delegacia, informa que a maioria das vítimas é de classe média e baixa, tem o segundo grau completo e muitas concluíram cursos superiores. “Isto não quer dizer que as mulheres de classe alta não sejam agredidas, só que poucas procuram a delegacia”, salienta Darli.
A delegada informa que além de registrar a ocorrência e encaminhar ao Juizado Especial, na maioria das vezes, os policiais da delegacia orientam a vítima a constituir um advogado, caso pretendam se separar judicialmente do agressor. Darli disse que as mulheres que não possuem condições financeiras são encaminhadas para centros de apoio e para a Defensoria Pública. “Alertamos também a mulher para que ela não deixe a violência acontecer novamente”, comentou a policial. Mesmo assim, segundo a delegada, várias mulheres retornam à delegacia para retirar a queixa, e mais tarde, arrependidas, procuram outra vez a especializada para se queixar novamente, diante de uma nova agressão. “Torna-se um círculo vicioso. Muitas vezes a mulher precisa de ajuda externa”, comentou.
Causas
As causas da violência doméstica são diversas, sendo que as mais comuns são alcoolismo, drogas e a simples maldade do agressor. Ela alerta que a forma de diminuir a violência doméstica é o Estado investir na família. “Não adianta construir presídios. É necessário investir na orientação familiar. Sem apoio, estas pessoas acabam marginalizadas. Não só a mulher, mas as crianças e os adolescentes”, disse a delegada, ressaltando que a Delegacia da Mulher também trabalha com crimes contra crianças e adolescentes. “Os bandidos de hoje são as crianças e adolescentes mal cuidadas de ontem”, completou a delegada.