"Socorro! Não me matem!". Estas foram a últimas palavras do vigilante Orlando Andrade, 36 anos, antes de ser morto à pedradas na madrugada de ontem. Vítima de latrocínio, roubo seguido de morte, o homem foi encontrado seminu. Além de roubar a carteira com os documentos de Orlando, os assaltantes também levaram a roupa e os sapatos que ele usava. O assassinato aconteceu no Jardim Bela Vista, Piraquara.
Todos os dias o vigia encerrava seu expediente, em um prédio na Rua José de Alencar, no Alto da XV, por volta da meia-noite. Em seguida, ele apanhava o ônibus até Piraquara, de onde andava cerca de oito quadras até chegar em sua casa, no Jardim Bela Vista. Porém, na madrugada de ontem o rotineiro percurso foi bruscamente interrompido.
Por volta da 1h moradores ouviram as súplicas feitas por Orlando, porém quando foram ver o que havia acontecido já encontraram o corpo do homem estendido no chão. O vigia foi assassinado à pedradas dentro de uma cancha de areia, na Rua Centenário do Paraná, onde foi achado, usando apenas meias e a cueca abaixada até os joelhos. Sem os documentos, a vítima ficou sem identificação até o início da manhã, quando foi reconhecida por sua mulher, Catarina Dionísio dos Santos, 45, no Instituto Médico-Legal (IML).
Rádio
Orlando costumava chegar em casa por volta da 1h. O atraso despertou a preocupação de Catarina e das duas filhas do casal, de 16 e 12 anos, que ficaram acordadas durante parte da madrugada. Por volta das 5h, a esposa de Orlando ligou o rádio e passou a acompanhar um programa policial. "Quando ouvi que tinham assassinado um homem em Piraquara logo imaginei que tinha sido meu marido, pois ele nunca se atrasava. Orlando não freqüentava bares, não tinha inimigos e nunca se envolveu com qualquer crime. Assaltaram porque achavam que estava com o pagamento, e depois o mataram", disse a mulher desolada.
A versão de Catarina foi confirmada pelo superintendente Dionísio Soccol, da delegacia de Piraquara, responsável pela investigação do caso. "Orlando era um trabalhador honesto e foi morto porque achavam que ele estava com o salário. Já temos suspeitos de quem possa ter cometido esta barbárie e policiais foram destacados para encontrá-los", finalizou Soccol.
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