Ao checar a denúncia de que um foragido da Justiça tinha um estabelecimento comercial, no quilômetro 35 da BR-116, policiais da delegacia de Campina Grande do Sul descobriram que no local funcionava a farmácia clandestina denominada Posto de Medicamento 24h Estrela da Serra.
O proprietário do estabelecimento, Jair Gabriel da Cruz, 54 anos, que estava com mandado de prisão decretado pela Justiça de Maringá, por estelionato, foi preso às 10h de ontem. Ele foi autuado em flagrante por venda de substância entorpecente controlada, crime contra o consumidor e contrabando. Na farmácia foram encontrados diversos medicamentos de uso proibido e com prazo de validade vencido. Além de diversas notificações do Conselho Regional de Farmácia constando irregularidades.
O delegado Vinícus Martins, titular da DP, informou que entre os medicamentos encontrou "Dualid’s" e "Desobesi-m", que são "rebites", drogas usadas por caminhoneiros para tirar o sono e fazer viagens mais longas. "Este medicamento é perigoso.
Ele faz com que o motorista perca o sono, mas em compensação também perde os reflexos, aumentando os riscos de acidentes", salientou o delegado. Vinícius explicou que o crime por vender "rebites" é regulamentado pela lei 6.368/76, no artigo 15, a mesma do tráfico
de drogas. "Estamos investigando a venda de ?rebites? em postos de combustíveis", avisou o delegado. O comerciante que for flagrado pela polícia vendendo a droga, pode ser condenado a uma pena que varia de 6 meses a 2 anos de detenção e ao pagamento de 30 a 100 dias de multa.
Vinícius explicou que autuou o comerciante por contrabando porque no local ele comercializava "CDM Potent", um medicamento equivalente ao Viagra, proveniente do Paraguai.
"Era uma farmácia de beira estrada, que já tinha recebido 17 autos de infração do Conselho Regional de Farmácia", salientou o policial. No local também foram apreendidos protetores solares com data de validade vencida.
Versão
Jair Gabriel disse que respondeu por estelionato em Maringá em 1992. "Eu não sabia que tinha mandado de prisão. Pensei que já havia acabado o processo", alegou. Ele disse que abriu a farmácia às margens da rodovia há um ano e oito meses.
"O estabelecimento estava em processo de regularização. As multas que recebi do Conselho Regional de Farmácia eu iria parcelar", explicou. "Podem verificar, eu tenho a microempresa. Só estava aguardando a licença sanitária para tirar o alvará na Prefeitura, que estava em andamento", justificou.
Quando aos "rebites" vendidos na farmácia, o comerciante explicou que eram remédios para emagrecer. "Jamais vendi para caminhoneiro", garantiu. Ele disse que os medicamentos vencidos iriam ser retirados das prateleiras.