Dois assaltantes, que se passavam por entregadores de uma empresa de transporte, são os principais suspeitos de matar o músico Gil Melo Sicuro, 45 anos, dentro do apartamento dele, há um mês. Segundo o porteiro do condomínio, na Rua da Paz, Centro, os falsos entregadores procuraram a vítima por duas vezes, mas ficaram na portaria. Na terceira, invadiram o prédio armados e executaram a vítima.
“Eles iam sempre na segunda-feira de manhã. Em 16 de junho chegaram com uma caixa para entregá-la a Gil. O músico não estava e eles foram embora. Na segunda-feira seguinte, tentaram entregar a caixa de novo, mas o porteiro foi avisado por Gil para não receber nada. Dia 30 nem conversaram. Renderam o porteiro, cometeram o crime e fugiram”, explicou o delegado Dirceu Schactae, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Quebra-cabeças
A polícia chegou até as imagens dos dois suspeitos juntando algumas peças do quebra-cabeça. Em depoimento, o porteiro relembrou as iniciais da empresa de transportes, estampada nos uniformes dos bandidos. Os policiais telefonaram para várias transportadoras e, em uma delas, a gerência confirmou ter recebido denúncia de um comerciante que tinha sido assaltado por uma dupla de falsos funcionários.
Na loja assaltada, os investigadores conseguiram as imagens do assalto, cometido na mesma data em que a dupla tentou entrar pela segunda vez no prédio de Gil. Um dos bandidos aparece sacando a pistola, enquanto o outro deixa uma caixa em cima do balcão para pegar o dinheiro. Na hora da fuga, esqueceram o pacote. O dono da loja abriu, constatou que estava vazio, mas guardou-o para mostrar à polícia.
“O nome e o endereço de Gil estavam no papel colado em cima da caixa”, comentou Schactae. Quem tiver informações sobre a dupla deve entrar em contato com a DHPP, pelo telefone 3360-1400. A polícia espera que, com a prisão dos assassinos, seja possível desvendar o motivo do crime. Gil morava sozinho e tinha mandado de prisão expedido em abril, pela Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entretanto a polícia ainda não fez nenhuma conexão desse fato com a morte do músico.