A história se inverteu. Ao invés de morrer, Sebastião Abraão Barbosa, 26 anos, assassinou seu fornecedor de drogas, João Elias Ferreira, 20. O crime aconteceu no início da manhã do último dia 12 de outubro, no bairro Fazendinha, e o corpo foi encontrado no final da manhã do mesmo dia. Identificado e localizado por policiais da Delegacia de Homicídios, Sebastião foi conduzido à DH, onde confessou detalhes do crime.
O superintendente Miguel Gumiero, da DH, disse que no depoimento Sebastião disse que foi até a casa de João Elias para comprar uma pedra de crack, às 6h da manhã daquele feriado. Mas seu fornecedor negou entregar a droga e mandou que ele saísse de sua moradia, já que Sebastião estava devendo R$ 5,00. Como o rapaz não obedeceu à ordem, João pegou o revólver e disparou três tiros em direção do viciado. Mesmo assim Sebastião não desistiu de efetuar a compra, mais uma vez “fiado”. Irritado, João Elias recarregou o revólver, mas a vontade de comprar a “pedra” de crack era maior que o medo, e Sebastião permaneceu no local. Ele apanhou um pedaço de pau e bateu no braço de seu fornecedor, fazendo com que derrubasse a arma. Em seguida, apanhou o revólver e diparou cinco tiros contra João Elias.
Ocultação
Depois de matar João Elias, Sebastião pediu para um adolescente, que acompanhou a cena, para comprar alguns sacos de nailon. Em seguida, colocaram o cadáver em um carrinho de mão, cobriram com os sacos e levaram até o terreno baldio, onde funcionava a antiga Cerâmica Klemptz, na Rua Dionira Moletto, no bairro Fazendinha, próximo a casa da vítima, e “dispensaram” o corpo.
Por volta do meio-dia, uma pessoa, provavelmente o “ajudante” de Sebastião telefonou anonimamente para a Polícia Militar e avisou que havia um corpo no terreno coberto com sacos. Os policias do 12.º Batalhão foram até o local indicado e descobriram o cadáver. Com cinco tiros, o rapaz estava de bruços e nas costas trazia a tatuagem de uma caveira segurando uma foice, simbolizando a morte.
Em Pinhais, drogado é quem leva a pior
Robson Correia, 30 anos, pode ter sido vítima do tráfico de drogas. A informação é do delegado Gerson Machado, titular da DP de Pinhais, sobre o crime que aconteceu às 20h40 de sexta-feira, na Rua Santa Helena, no Jardim Pedro Demeterco. “Além de ser foragido da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, o Robson era viciado em drogas. As investigações apontaram que ele foi visto com traficantes da região e estava envolvido com o tráfico diretamente” salientou o delegado. Machado adiantou que a polícia já tem o nome de alguns suspeitos, que estão sendo investigados. Mas, que por enquanto, não irá divulgá-los.
Investigada relação entre tráfico e crimes na Icaraí
A Delegacia de Homicídios está a procura de um elo entre os crimes cometidos na madrugada e manhã de sábado, na invasão Icaraí, Uberaba. Dois homens foram mortos e outro baleado – dois dos casos ocorreram na mesma rua – mas até agora não existe vínculo oficial entre as ocorrências.
O delegado Átila Roesler é o responsável pela investigação do atentado contra Felipe Carneiro Andrion, 19 anos, às 5h05, na Rua 3, e das mortes de Adair da Rosa, 28, às 6h, no mesmo local, e de Ademir de Souza Machado, 21, às 10h15, na Avenida Central. “Embora as circunstâncias sejam semelhantes, por enquanto não há indícios de que os crimes tenham sido cometidos pela mesma pessoa”, afirmou o delegado.
Uma testemunha fundamental é Felipe, que num primeiro momento, disse ter sido baleado acidentalmente, quando passava pela rua. A versão, entretanto, é colocada em dúvida pela DH. “Vamos ouvi-lo, se possível, e checar as informações que ele passar”, disse Roesler, que não descartou uma eventual relação entre os crimes a o tráfico de drogas.
Holandês: droga faz 29.ª vítima
A morte de Leandro dos Santos Oliveira, 24 anos, só comprova as tristes estatísticas que assolam o município de Piraquara, em particular o Jardim Holandês. Segundo o superintendente da delegacia local, Valdir de Córdova Bicudo, este foi 29.º assassinato na região desde o início do ano, sendo a maioria em decorrência do tráfico de drogas. O rapaz foi encontrado morto na manhã de domingo e até a tarde de ontem os policiais não tinham pistas da autoria do assassinato.
Os investigadores retornaram ao local do crime, onde descobriram que Leandro usava e comercializava drogas, além de praticar pequenos roubos. Por causa disso, Bicudo afirma que este homicídio encontra-se entre os de difícil solução, uma vez que a população sentiu-se aliviada com a morte do rapaz. “Nesse tipo de caso as pessoas agradecem, já que ele era uma ameaça. Por isso ninguém ajuda e fica difícil chegar até os assassinos”, afirmou. A própria mãe da vítima disse que o filho era usuário de entorpecentes e que recebia ameaças de traficantes, além de possuir mandado de prisão por roubo. Leandro foi encontrado dentro de uma valeta na Rua São José, Jardim Holandês.
Bares
De acordo com o policial, a criminalidade no Jardim Holandês aumenta de forma vertiginosa. Estima-se que quase 200 bares funcionem de forma irregular, sendo que os estabelecimentos são, na maioria das vezes, os locais para o inicio dos desentendimentos que culminam nos assassinatos. Outro agravante da região é a migração de familiares de presos recolhidos nos presídios de Piraquara. “Alguns detentos ganham o benefício de sair da prisão no final de semana e não retornam, indo refugiar-se com as famílias para cometer outros crimes”, finalizou Bicudo.