Véspera de Natal ajuda a tranquilizar criminosos

A população de Curitiba e Região Metropolitana ganhou um presente na véspera de Natal. Após dias seguidos de muita violência, com assassinatos e acidentes de trânsito, o Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba passou 14 horas sem receber cadáveres. Os bandidos resolveram dar uma folga para a população e comemorar a data.

A última entrada ocorreu às 20h de quinta-feira, de uma pessoa que cometeu suicídio. Antes dela, entrou o corpo do motoqueiro Júlio César Dias, 38 anos, vítima de acidente de trânsito, às 15h, do mesmo dia. A última vítima de homicídio foi o andarilho Rubson Coelho de Oliveira, 46 anos, morto à pauladas na Rua José de Freitas Saldanha, no Gabirotuba.

A tranqüilidade que tomou conta da região de Curitiba alegrou os funcionários do IML, que estão acostumados a recolher diariamente entre cinco e seis corpos de pessoas que tiveram mortes violentas. Joanito Freitas, que trabalha no IML, lembrou que entre às 20h de quarta e o mesmo horário de quinta, oito corpos chegaram ao IML para exame de necropsia. As 24 horas anteriores foram terríveis, o saldo foi 17 vítimas. "Isso (a não entrada de corpos) é bom demais. Acho que é o espirito natalino", argumentou Joanito, às 10h30 de ontem.

Delegacia

O clima também foi tranqüilo na Delegacia de Homicídios. "Fazia tempo que não tirava um plantão tão calmo", comemorava a investigadora Ana. Segundo ela, nem os hospitais requisitaram os policiais para atender ocorrências de pessoas baleadas.

Além da véspera natalina, outro fato que reduziu a criminalidade foram as operações de Natal realizadas em bares e no comércio de Curitiba e Região Metropolitana. Outro fator que contribuiu foi a chuva e o frio, fora de época que marcou o início do verão.

De acordo com a Polícia Militar, durante a madrugada, o Siate prestou alguns atendimentos à vítimas de acidentes de trânsito, mas nada grave. A maioria ferimentos leves. Os acidentes são comuns quando o tempo está chuvoso, já que a pista fica molhada e o trânsito mais lento, aumentando os riscos.

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