Por volta das 21h de sexta-feira, o vereador e presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), Denílson Pires, foi solto no Centro de Triagem II (CTII), em Piraquara. A liberdade deu-se horas antes do fim do prazo da prisão temporária, estabelecida por cinco dias.
Em entrevista à rádio Band News, ele informou que a prisão foi apenas para que a polícia pudesse fazer a apuração dos fatos. Ele se comparou a Jesus. “Como Jesus Cristo, uma das pessoas mais injustiçadas do mundo, fui crucificado. Fui humilhado”, declarou.
De acordo com o procurador de Justiça e coordenador estadual do Grupo de Operações Especiais de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, ontem também conquistaram a liberdade o diretor administrativo e financeiro da entidade, Valdecir Bolette, e o advogado do Sindimoc Valdenir Dias, ex-vereador da capital pelo PSB e atual presidente estadual do PMN. “Nos manifestamos pela soltura deles já que terminou o prazo da prisão temporária e não se entendeu necessário um pedido de prorrogação”, explica. O advogado estava detido em um batalhão da Polícia Militar, e Bolette estava ao lado de Denílson, no CTII.
Eles são acusados de desviar parte dos cerca de R$ 10 milhões que o sindicato arrecada anualmente, desde a fundação da entidade, através do uso de notas fiscais frias e da inclusão de funcionários fantasmas na folha de pagamento.
Além dos crimes administrativos, há a suspeita de envolvimento dos acusados na morte do presidente do Sindimoc em 1998, Aristides da Silva, o “Tigrinho”, e da morte de outro presidente da entidade, Alcir Teixeira, o “Zico”, no ano passado. Os dois foram mortos a tiros.
Durante a operação do Gaeco, denominada Waterfront, foram apreendidos documentos que ainda estão sob análise. Os acusados foram ouvidos e a investigação continua sem prazo para conclusão, já que agora os réus estão soltos. Ao fim do feriado, na próxima quinta-feira, a Comissão de Ética da Câmara Municipal de Curitiba irá se reunir para decidir o destino de Denílson na Casa.