Vereador de Curitiba é preso depois de baderna

A rivalidade entre duas torcidas do mesmo time acabou em baderna e resultou na detenção do vereador de Curitiba Julio César Sobota, o Julião da Caveira, presidente da torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético Paranaense, às 23h30 da última sexta-feira. Ele prestou depoimento no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (CIac), assinou um termo circunstanciado e por volta de 4h, foi liberado.

O quebra-quebra aconteceu em uma lanchonete anexa à Arena da Baixada, no bairro Rebouças, onde acontecia festa de comemoração de 18 anos da torcida organizada Ultras, também do Atlético.

Segundo declaração da dona do estabelecimento Maria Bruel, cerca de 60 torcedores estavam na festa quando aproximadamente 40 torcedores da Fanáticos, liderados pelo vereador Julião, invadiram o local provocando uma verdadeira cena de guerra. Os rubro-negros se agrediram com mesas e cadeiras e vários ficaram feridos.

Em entrevistas para o repórter Paulo Sérgio Debski, da Rádio Banda B, a comerciante confirmou que o vereador foi o grande motivador da confusão. “Ele que liderava os torcedores que chegaram agredindo todo mundo e quebraram tudo. Se não fosse a chegada da polícia, eu não sei o que teria acontecido”, disse a comerciante.

Quando a polícia chegou, o tumulto foi controlado e o vereador, que não foi algemado, foi encaminhado ao Ciac. Outros torcedores, a maioria com ferimentos leves, também foram para a delegacia para testemunhar o que havia ocorrido.

Julião, que no ano passado promoveu um seminário na Câmara de combate à violência entre torcedores de clubes de futebol de Curitiba com o tema “Futebol, uma jogada pela paz!”, não quis conversa, apenas disse que foi orientado pelo advogado a não falar nada.

Rivalidade

A rivalidade entre Fanáticos e Ultras começou a aumentar no começo deste ano. Motivado pela baderna generalizada que ocorreu no Estádio Couto Pereira, em dezembro do ano passado, quando o Coritiba foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o Ministério Público Estadual fez as torcidas organizadas do três clubes da capital assinarem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Caso contrário, elas correriam o risco de serem extintas. Deste TAC consta extinção dos chamados “comandos”, subdivisões das organizadas que em muitos casos possuíam vida própria nos bairros da cidade e na região metropolitana. O comando conhecido como Zona Sul da Fanáticos não quis seguir a determinação da direção da torcida e parar de levar ao estádio materiais próprios. Com isso, a direção da Fanáticos expulsou um grupo de torcedores da organização. Esse mesmo grupo migrou para a Ultras.

No domingo passado, quando o Atlético jogou conta o Guarani, em Campinas (SP), torcedores das duas facções protagonizaram um princípio de confusão no Estádio Brinco de Ouro da Princesa. Torcedores da Fanáticos, em maior número, impediram a colocação da faixa da Ultras no estádio.

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