Pero Theodoro Petrovitch Vich, 19 anos, e Vera Petrovitch, 53, serão interrogados na próxima sexta-feira pela juíza de Campina Grande do Sul, Paula Priscila Candeo Haddad Figueira. Eles já prestaram depoimentos na fase de instrução do inquérito policial e agora o interrogatório marca a primeira etapa da fase processual. Depois dos acusados, a juíza ouvirá as testemunhas de acusação e de defesa.
De acordo com o promotor Octacílio Sacerdote Filho, que ofereceu denúncia contra Pero, Vera, Renato Michel e uma menor, de 16 anos, há provas suficientes que indiquem a participação dos quatro acusados no assassinato de Giovanna dos Reis Costa, 9 anos.
Para o promotor, as escutas telefônicas, somadas ao sangue humano encontrado no carro de Pero, são alguns dos indícios do envolvimento dos ciganos no crime. Além disso, outros fatos reforçam a acusação. A casa dos Petrovitch foi a última residência onde Giovanna bateu para oferecer a rifa de Páscoa, que vendia para a festa da escola onde estudava. Naquele dia, Pero e sua mulher foram ao mercado do bairro e compraram vários produtos de limpeza. No dia seguinte, quando a faxineira chegou na casa, a residência já estava limpa e os frascos de água sanitária estavam vazios. A mulher foi impedida de limpar um dos quartos, que ficou trancado. Naquele cômodo estaria o corpo da menina. O encontro da roupa da criança ao lado da casa dos Petrovitch e o fato de colchões e roupas terem sido lavados com água sanitária também somam-se aos indícios.
Restam dois
Pero está preso no Centro de Triagem II, em Piraquara, e Vera, no Centro de Triagem I, em Curitiba. Renato Michel está foragido, o advogado Cláudio Dalledone Júnior afirmou que irá apresentá-lo, mas não revelou quando.
A menor, que está com mandado de apreensão decretado, também não foi encontrada. Pero e Vera foram presos na última quinta-feira em Araçatuba, interior de São Paulo, quando a polícia investigava a denúncia de armas e drogas na casa onde se escondiam.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Vera foi a mentora intelectual do crime. Ela ordenou que o filho Pero, Renato e a adolescente retirassem o sangue de uma virgem para um ritual de fertilidade a ser feito antes do casamento de outro filho de Vera. No dia 10 de abril do ano passado, Giovanna foi até a casa dos ciganos e lá foi rendida pelo casal, que chamou Renato para ajudar a sacrificar a criança. Depois de ser sangrada viva e morta por asfixia, o corpo dela foi jogado em um matagal perto dali e encontrado no dia 12.