Vera Crovador é condenada

Diante de um auditório lotado, no Tribunal do Júri, o juiz Fernando Ferreira de Morais leu às 22h de ontem a sentença da ré Vera Lúcia Bittencourt Crovador, de 44 anos. Por 6 votos a 1 do corpo de jurados, a viúva do advogado criminalista Luís Renato Crovador foi considerada culpada pelo assassinato do próprio marido. Vera foi condenada a 17 anos de prisão em regime fechado – 16 pelo homicídio e mais um ano de agravante por ter mandado matar o marido. Ela deverá aguardar os trâmites legais do processo ainda em liberdade, uma vez que a defesa vai recorrer. Vera saiu do plenário escoltada por policiais e sob vaias e protestos da platéia, que esperava vê-la sendo encaminhada diretamente para a prisão. O julgamento tinha começado às 9h de quinta-feira.

O júri foi cercado de grande expectativa. Um dos fatos que pesou contra a ré foi o testemunho dos próprios filhos, Rodrigo e Rafael, acusando a mãe de participação na trama que resultou na morte de Crovador. O criminalista foi assassinado dentro de seu escritório na manhã de 3 de novembro de 1999. O advogado de defesa de Vera, Osmann de Oliveira, afirmou ainda em plenário, logo após a leitura da sentença, que irá recorrer da decisão em instâncias superiores.

“Arquivo vivo”

Desde que foi presa, no dia da morte do marido, ela negava participação no crime e dizia ser vítima de uma armação por parte de policiais corruptos e criminosos, que teriam eliminado Crovador por ele ser um “arquivo vivo” – o advogado representava pessoas acusadas de crime organizado e policiais que foram ouvidos na CPI do Narcotráfico, em março de 2000. Mas os próprios filhos disseram que Vera teria confessado ser a mandante do assassinato para uma parente. A acusada chegou a ficar quase dois anos na penitenciária feminina, e conseguiu o relaxamento da prisão no final de 2001, graças a uma ação do advogado Osmann de Oliveira, quando passou a responder pelo crime em liberdade.

As investigações apontaram que Vera teria pago 15 mil dólares ao seu então amante, Mílis, pelo crime. Segundo a polícia, Vera e o amante tramaram o assassinato para ficar com seguros de Crovador, no valor de R$ 600 mil.

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