O Conselho Regional de Fonoaudiologia tem recebido denúncias graves envolvendo prática comum, especialmente no interior. Valendo-se da desinformação e esperança das pessoas, vendedores de aparelhos auditivos têm levado vantagem, enganando a população. Agindo de má-fé, costumam vender aparelhos inadequados, já que não têm o conhecimento de fonoaudiólogo ou médico especializado.

continua após a publicidade

?É um absurdo os casos que chegam até nós. Muitas vezes os aparelhos só agravam o problema e, em alguns casos, podem até causar surdez irreversível?, alerta a fonoaudióloga Kátia Ribas, do Conselho Regional de Fonoaudiologia.

No melhor estilo ?mascate?, os vendedores adquirem os produtos geralmente através de importação. Depois, vão de porta em porta procurando possíveis compradores. ?Eles geralmente trabalham por indicações e entram nas casas de pessoas que realmente necessitam de aparelhos auditivos. Então se valem do desespero para empurrar a mercadoria, não se importando em resolver o problema, mas tirar o lucro possível de cada um.? A fonoaudióloga diz que é prática comum cobrar de acordo com o potencial financeiro de cada um. ?Já vi casos de pessoas que compraram aparelhos que valem R$ 1,5 mil por R$ 5 mil. E outros vendidos a R$ 600, mesmo que o mais barato saia por R$ 1,5 mil?, conta. Há também casos desumanos, como os de pais que recebem a promessa de que seus filhos surdos de nascimento vão falar em seis meses se adquirirem os aparelhos. Pensando nas crianças, as pessoas vendem o que têm. ?Teve caso em que o rapaz vendeu a bicicleta e uma vaca para comprar aparelho inútil para o filho, na ilusão de que ele falaria.?

continua após a publicidade