Vendedora é executada por ex-marido

Ciúme? Dinheiro? Vingança? Que motivos teria um homem para matar a ex-mulher na frente de várias pessoas? Perguntas que a Delegacia de Homicídios tenta responder para esclarecer o assassinato da vendedora Mariuze Stella, 47 anos. Ela levou um tiro à queima-roupa no peito, às 8h15 de ontem, no pátio do condomínio de classe média em que morava, na Rua Pedro Viriato Parigot de Souza (via rápida do Campo Comprido, sentido bairro). O acusado do crime, ex-marido dela, ainda baleou o porteiro antes de fugir.

Mariuze e o bancário aposentado e comerciante Alceu Falarz foram casados por longo tempo e tiveram dois filhos. Há oito anos se separaram e, neste período, as brigas teriam sido constantes. “Ela morava em Campo Largo e mudou-se para o condomínio há três anos, para tentar fugir dele. Mas ele descobriu o endereço e continuava importunando”, disse uma amiga de trabalho de Mariuze. A vítima era funcionária de uma loja de aluguel de trajes finos e vivia com um dos filhos, que tem distúrbio mental.

A amiga, que não quis se identificar, não soube dizer o motivo exato das brigas. “Mas ele queria tirar o que ela tinha”, contou a jovem. A vendedora tinha um namorado, mas a amiga não acredita que este relacionamento recente fosse o motivo das discussões.

Nos últimos dias, o clima de tensão aumentou. Alceu teria telefonado para o trabalho da ex-mulher na quinta-feira, perguntando se ela recebera uma carta dele. Mariuze mentiu e mandou as colegas dizerem que não, e o comerciante ficou muito nervoso. Ele a teria ameaçado, segundo as amigas da vítima.

Gritos

No começo da manhã de ontem, Mariuze saiu sozinha, em seu Gol vermelho. Pouco depois voltou ao condomínio, seguida por uma camioneta Blazer preta. Os dois veículos estacionaram no pátio e o motorista da camioneta – que várias pessoas identificariam como sendo Alceu – desceu para falar com a mulher, sentada no Gol. Vizinhos ouviram berros. “Quando saía do meu bloco, escutei a discussão e vi o homem com uma arma na mão. Chamei a PM pelo celular na mesma hora”, contou um morador do condomínio, Leonardo. O porteiro Sandro Mário, 37 anos, também viu a confusão e correu para avisar o síndico.

Leonardo sequer finalizou a ligação. Com um soco, o motorista da Blazer quebrou o vidro lateral dianteiro do Gol. “Cale a boca!”, gritou ele, antes de arrancar a mulher de dentro do carro. O tiro encostado no peito deixou marcas de pólvora na roupa de Mariuze, que caiu na grama do jardim. O telefonema de Leonardo agora denunciava um assassinato.

O porteiro ouviu o disparo, voltou e tentou deter o autor, já dentro da Blazer. Uma pedra arremessada por Sandro quebrou um dos vidros da camioneta e fez o motorista reagir com dois tiros -um deles atingiu a nádega do porteiro, socorrido pelo Siate e levado ao Hospital Evangélico. O atirador conseguir fugir.

A Delegacia de Homicídios já intimou para depoimento amigas próximas e parentes da vítima, em busca de respostas para o crime. “Acredito mais na hipótese de ciúme”, falou o investigador Magalhães, que atendeu o caso. Ainda não há pistas do paradeiro do ex-marido da vendedora.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo